Antiga estação radionaval da Marinha vai dar lugar a polo da Universidade do Minho
A antiga estação Radionaval de Apúlia, em Esposende, vai transformar-se num polo da Universidade do Minho (UM), num investimento que ascende aos 12 milhões de euros.
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O MarUminho - Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha pretende ajudar a compreender e preservar o oceano e a aproveitar a biodiversidade marinha, enquanto reabilita uma infraestrutura do Estado, que estava votada ao abandono.
A apresentação do projeto e visita ao local foram realizados esta terça-feira e contou com a presença do Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, do Reitor da UM, Rui Vieira de Castro, acompanhados pelo presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira. O governante prometeu “todo o apoio” para a implementação do MarUminho e sublinhou a importância de Portugal ser “um país de referência” na área das tecnologias marinhas. “Sempre que o país se virou para o mar prosperou e sempre que virou as costas ao mar definhou”, referiu.
Antes, o autarca de Esposende tinha feito um pedido “ajuda” ao ministro para encontrar fontes de financiamento que permitam a concretização deste projeto, salientando que a autarquia está preparada “para lançar o concurso público muito rapidamente”. O edil lembrou, ainda, que este projeto iria ajudar a recuperar aquele espaço, que pertencia à Marinha portuguesa, mas que em 2018 foi adquirido pelo Município, por 936 mil euros. “Estava tudo abandonado, completamente vandalizado, tinham roubado tudo o que lá havia”, sublinhou.
O MarUMinho resulta do protocolo de cooperação, assinado em 2015, entre a Universidade do Minho e a Câmara Municipal de Esposende. “O cerne da atividade vai ser a investigação, mas haverá também oferta de natureza pedagógica, com cursos conferentes e não conferentes de grau, e ainda uma componente para promover uma interação com a comunidade e novos negócios”, afirmou o reitor, Rui Vieira de Castro.
O projeto, apresentado esta terça-feira, visa a reabilitação dos antigos edifícios da estação, como a cantina, que terá espaço para 200 pessoas, as habitações, que alojarão cerca de três dezenas de estudantes e investigadores, e ainda uma piscina, que pode ser utilizada para testes de equipamentos. Vão nascer, ainda, dois edifícios, um deles equipado com novos laboratórios e outro destinado a empresas, spinoffs e startups ligadas à economia azul, indústria alimentar, energias renováveis, cosmética e farmacêutica, mas também aos têxteis ou design de produtos.