O ex-líder do PS/Matosinhos que por duas vezes foi eleito vereador independente é a aposta do Chega. “Revejo-me nas medidas que o Chega tem para implementar”, justifica António Parada, que lidera a lista como independente num concelho onde diz existir falta de planeamento e uma presidente de Câmara em “part time”.
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O que leva alguém que já foi líder da concelhia do PS a concorrer agora pelo Chega?
Não sou militante do PS há vários anos. Já fui candidato à Câmara, duas vezes, como independente. Ninguém é “ex” de.. Não me envergonha o meu passado. Tenho orgulho em ter feito parte do PS. Sai quando percebi que já não me revia. Como independente, revejo-me nas medidas que o Chega tem para implementar, como o combate à corrupção generalizada para tornar o país mais justo para todos. Este rigor que o país precisa foi muito importante para a tomada de decisão. O meu único vínculo é com a cidade que me viu nascer.
A corrupção é uma questão nacional. O que o Chega pode fazer para resolver os problemas de Matosinhos?
Matosinhos tem que ser rapidamente resgatado. Não acontece nada em Matosinhos. Não podemos continuar a ter uma presidente de Câmara em part-time, com viagens pagas pelos cidadãos. O concelho tem que ser repensado. Temos que estar próximos das populações.Temos que ter um pólo industrial, apostar na habitação e num concelho limpo e salubre, no arranjo das ruas e dos passeios. Matosinhos padece de uma falta de liderança única no país. Matosinhos não tem afirmação. Por exemplo, na Avenida D. Afonso Henriques vão se gastar cinco milhões de euros para criar mais mobilidade mas é para manter como está, apenas se cria uma ciclovia e arranja-se o estacionamento. Há um desperdício de dinheiro em todo o concelho, com obras mal planeadas. Matosinhos não tem liderança.
Porque diz isso?
Por exemplo, aquela zona da Cepsa continua igual ao que sempre esteve. Não há qualquer ligação ao Parque da Cidade. Em termos ambientais, o concelho é desastroso. Quando chove durante dois dias, temos as ruas inundadas. Matosinhos não tem manutenção. Até no que diz respeito ao nosso porto de pesca. Não podemos garantir qualidade de vida quando temos poluição no mar. Hoje, não temos qualidade de vida em Matosinhos. A Câmara só é pró-ativa em função do que vê nas redes sociais. Essa não é uma forma de gerir o concelho. Matosinhos precisa de uma liderança forte.
Qual será a sua primeira prioridade se for eleito presidente da Câmara?
A minha primeira prioridade é avaliar o estado da oferta de habitação em Matosinhos e avaliar o estado das freguesias. Vou para a rua avaliar como as coisas estão e como se deve intervir. Vou estar próximo das pessoas. Este concelho precisa que seja feito um planeamento. Tem sido gerido com medidas avulsas. Irei avaliar no terreno o que o concelho precisa e criar polos de atração para cativar mais pessoas. Por exemplo, o corredor do Leça é um passeio de betão com um rio poluído. Temos que falar com os outros concelhos para finalmente limparmos o Leça. Nas freguesias nem sempre se sabe o que existe para se ver e o que representa a história do concelho. Temos que fazer um planeamento para o concelho a vários níveis.