A aparente normalidade regressou à Praça dos Restauradores, em Lisboa, menos de dois dias depois do descarrilamento do elevador da Glória, que provocou a morte a 16 pessoas, entre portugueses e estrangeiros.
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As baias da Câmara Municipal de Lisboa e as fitas de segurança da Polícia Municipal e Proteção Civil delimitam agora a base da Calçada da Glória, impedindo a passagem.
Na subida, esta manhã, encontravam-se trabalhadores a remover os paralelepípedos de granito junto aos carris para dentro de uma carrinha de caixa aberta e, segundo a Proteção Civil de Lisboa, durante o dia de hoje vão ser realizados os "trabalhos de repavimentação e reposição da calçada".
Ao longe, o Coração de Viana, com a inscrição Lisboa, pintado no edifício cor-de-rosa, mantém-se visível, mas desta vez a imagem não é acompanhada pelo mítico elevador amarelo que subia e descia a colina lisboeta.
O Elevador da Glória, gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.
O descarrilamento ocorrido na quarta-feira provocou a morte de 16 pessoas e duas dezenas de feridos.
Ainda são muitos os curiosos que se aproximam da Calçada da Glória. A maioria hoje são turistas, em excursões que têm agora este ponto de paragem não pela beleza dos elevadores centenários, mas pelo acidente.
Memorial de flores e velas
À paragem no local é visível a consternação da maioria. Se desciam a lateral da Avenida da Liberdade animados a falar alto, sendo percetível palavras em inglês, francês, alemão ou espanhol, à chegada à base da Calçada da Glória a expressão muda e as bocas silenciam-se.
Muitos aproveitam para tirar fotografias ou fazer pequenos vídeos. Se na quinta-feira, como a Lusa constatou no local, havia muitos portugueses, alguns das imediações de Lisboa que se deslocaram para ver os destroços, hoje são mais os turistas que o fazem, tendo em conta que a Praça dos Restauradores é um dos sítios turísticos de passagem.
O memorial de flores e velas, que na quinta-feira surgiu espontaneamente junto ao Palácio Foz, hoje já tem mais alguns ramos, enquanto no lado oposto se encontra uma coroa de flores amarelas que na véspera foi colocada com um balão vermelho em forma de coração.
Entretanto, já se encontram confirmadas, pela Polícia Judiciária, as nacionalidades das 16 vítimas mortais do acidente, entidade que esclareceu que o cidadão alemão dado como morto na quinta-feira está afinal internado no Hospital de São José.
Segundo a informação da Polícia Judiciária, os cidadãos que morreram no acidente são cinco portugueses, dois sul-coreanos, um suíço, três britânicos, dois canadianos, um ucraniano, um norte-americano e um francês.