<p>Desenvolver as capacidades dos jovens, combater o insucesso escolar e promover a inclusão são as principais missões da Associação Esperança, composta por jovens da Quinta da Princesa, Seixal. </p>
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A ideia partiu de uma tutora de bairro, muito antes dos acontecimentos, que, na última semana, trouxeram para as primeiras páginas dos jornais o nome do bairro. Afinal, o estigma de "bairro problemático" tem sido uma realidade com que os seus habitantes, sobretudo os mais jovens, se têm habituado a viver ao longo dos tempos.
Aos 26 anos, Luísa Semedo está desde 2001 envolvida no projecto "Tutores de Bairro", fazendo prevenção primária na Escola Básica Nº 1 da Amora, situada em plena Quinta da Princesa "Todo o desenrolar do projecto até hoje fez-me crescer como pessoa", confessa, lembrando que tenta promover a inserção dos jovens através da arte. Ateliês, workshops, convívios e actividades desportivas são algumas das iniciativas da Associação Esperança, que em breve irá promover o lançamento de um álbum de hip hop.
Criada há três anos, esta associação dá continuidade ao projecto "Tutores de Bairro", que, na Quinta da Princesa, é gerido pela Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento Pedro Eanes Lobato. "Há jovens desocupados que passam a ser tutores. A ideia é que sejam eles a dinamizar actividades e o próprio bairro", revela Sofia Peyssonneau, que está naquele bairro há já cinco anos. "É dos sítios onde menos tenho medo de estar. É só um pouco segregado, porque está isolado", afirma, considerando que a Quinta da Princesa "não é um bairro problemático".
Para além da Associação Esperança, já foram criados um grupo infantil e juvenil de batuqueiras e outro de funaná. "Há cada vez menos jovens a abandonar a escola, quando em 2001 havia muitos a fazê-lo no 5º ano", enaltece.