A informação foi avançada esta quarta-feira por Fernanda Moreira, do Sindicato dos Operários da Indústria de Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra, que ainda não sabe, contudo, se a Arauto vai avançar para a insolvência."
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O que o patrão já disse é que vai fechar a empresa sexta-feira" e "assumiu que os trabalhadores não vão receber o salário de Abril nem o resto do subsídio de Natal que está em falta", disse a dirigente sindical à Agência Lusa.
Referindo-se ao protesto que terça-feira juntou à entrada da empresa algumas dezenas de operários, Fernanda Moreira acrescenta: "O patrão disse que quem estava ali parado a protestar devia é ir trabalhar, se quisesse receber a parte do salário de Março que também ainda está por pagar".
A justificação dada aos trabalhadores é a falta de liquidez, motivada "pela perda de encomendas". Mas Fernanda Moreira defende que, tendo em conta "o historial da Arauto" no que se refere a deslocalizações e às mudanças no registo do nome das marcas, "isto é uma estratégia para a empresa se livrar dos trabalhadores que não quer".
"Dantes a Arauto estava em S. João da Madeira, depois foi para S. João de Ovar [no concelho de Ovar] e agora fala-se em vir novamente para S. João da Madeira", diz a sindicalista. "Em 2004 também tiveram a marca Rikot's e em Fevereiro deste ano passaram a RAP", acrescenta. Com essa marca, a Arauto abriu entretanto duas lojas, uma em S. João de Ver, Santa Maria da Feira, e outra no centro comercial "8ª Avenida", em S. João da Madeira.
Para Fernanda Moreira, a administração da Arauto "está a descapitalizar a empresa e a retirar de lá o seu património, para os trabalhadores depois não poderem reclamar nada". "É o próprio dono da empresa que diz que já não tem um parafuso sequer em nome da Arauto", afiança. A Lusa tentou contactar a empresa "A Industrial de Calçado Arauto S.A" mas ninguém da administração esteve disponível para prestar declarações.