Área Metropolitana do Porto diz que ajustes aos horários da Unir são "situação comum"
A Área Metropolitana do Porto, questionada pelo JN sobre a Unir, diz que "a necessidade de ajustes recorrentes aos horários é uma situação comum na implementação de uma nova rede de transporte público". A entidade intermunicipal responsabiliza as operadoras da Unir pela afixação dessas informações nas paragens.
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O balcão de informações dos passageiros da Unir continua a ser um grupo de Facebook. A operação da rede de autocarros da Área Metropolitana do Porto (AMP) conta com nove meses de serviço, mas continuam a surgir, diariamente, dúvidas sobre os horários. Não existe nenhuma linha de atendimento oficial e a informação não está atualizada no site da Unir. Entre os relatos dos passageiros, surgem também queixas de falta de informação nas paragens e incumprimento por parte das operadoras.
Questionada pelo JN, a primeira secretária da Comissão Executiva da AMP, Ariana Pinho, atribui às operadoras a responsabilidade da "colocação, nas paragens com abrigo, da ficha de horários de acordo com o manual de imagem da marca Unir". Recorde-se que, mesmo no site oficial da rede de autocarros, estão disponibilizados horários com uma imagem diferente em praticamente todos os 17 municípios.
Quanto às falhas na atualização dos horários, Ariana Pinho afirma que "a necessidade de ajustes recorrentes aos horários é uma situação comum na implementação de uma nova rede de transporte público" e "a produção e afixação de informação de horários em suporte físico deve ser realizada após a estabilização da informação". Algumas autarquias, como é o caso de Paredes e Valongo, têm partilhado nos seus sites oficiais informação sobre as alterações dos horários, mas no site da Unir as informações permanecem inalteradas.
Há também passageiros a acusarem as operadoras de incumprimento dos horários publicados. Questionada pelo JN sobre quais as penalizações aplicadas face a esta falha, a primeira secretária da AMP diz que "os incumprimentos relativos às viagens não realizadas acarretam o não pagamento das mesmas", não adiantando mais pormenores.
Sobre a criação de um eventual balcão oficial de informações, Ariana Pinho sublinha que "a empresa metropolitana de transportes será o instrumento apropriado para o reforço da estrutura de apoio à gestão da rede Unir".
Recorde-se que, ao arranque da operação estava associado o lançamento de uma aplicação para smartphone, permitindo aos passageiros aceder, em tempo real, às informações dos horários e até à localização dos autocarros. "A plataforma da AMP que permite a receção da informação em tempo real foi concluída e testada antes da entrada em operação da rede Unir. A previsão de horários em tempo real recorre a algoritmos cuja precisão carece de dados históricos sobre a execução dos planos de operação estabilizados, pelo que se espera que seja possível obter resultados em breve", responde a primeira secretária da AMP.
O JN questionou também a AMP sobre as dificuldades relatadas pelos passageiros principalmente nos lotes 4 (Gaia e Espinho) e 5 (Feira, Oliveira de Azeméis, Arouca, São João da Madeira e Vale de Cambra) e a falta de clarificação quanto aos horários de verão, estando a aguardar mais esclarecimentos.