Ginásio e firma de componentes industriais ficaram com as instalações inoperacionais. Prejuízo é elevado.
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Duas empresas em Leça do Balio, Matosinhos, ficaram inundadas e tiveram prejuízos na ordem dos milhares de euros devido a problemas com um coletor de águas pluviais. A Câmara de Matosinhos garantiu que vai apoiar os empresários na medida do possível.
Este problema ganha outra dimensão, uma vez que há sensivelmente três semanas também se registaram inundações, que prejudicaram tanto o ginásio CrossFit Leça do Balio como a AMMA Automation. Na primeira vez, o caso foi mais grave, com a água a atingir um metro de altura, no entanto, nesta quarta-feira, também houve repercussões.
Tudo começou por volta das 9 horas, quando “num espaço de minutos” a água começou a inundar o ginásio a partir das tampas de saneamento.
“Contando também com a primeira inundação, já vamos com prejuízos de 22 a 30 mil euros, entre máquinas que foram afetadas e obras que teremos que fazer. Além disso, são dias em que não podemos ter ninguém no ginásio e para os negócios que vivem mensalmente é muito mau. Não podemos ficar um mês sem trabalhar”, explicou Eduardo Silva, dono do CrossFit Leça do Balio.
Além desta questão, Eduardo Silva admite estar “desiludido com a ação da Câmara de Matosinhos”, salientando que vai fazer de tudo para poder abrir novamente ao público “o mais rápido possível”.
Tudo encharcado
No armazém imediatamente ao lado, a AMMA Automation sofreu com o mesmo problema, mas teve danos num valor ainda mais elevado.
“A juntar à primeira vez, já vamos com cerca de 300 mil euros de prejuízo. Temos novamente o chão todo cheio de água, as alcatifas encharcadas e, como se não bastasse, ainda verificamos o pior que pode acontecer numa empresa: está parada. Não conseguimos fazer nada, temos 25 pessoas paradas a limpar o chão e isso é o pior prejuízo que pode acontecer num negócio”, lamentou Guilherme Pires, gerente da empresa de componentes para automação industrial.
Se já não estivesse suficientemente indignado com a nova inundação, Guilherme Pires mostrou-se perplexo com o facto de um dos seus funcionários ter sido “obrigado” a intervir para conter os danos.
“Teve que ser um técnico da nossa equipa a deslocar-se para pôr a bomba de água a trabalhar, para a situação não causar danos maiores. Isto não consigo aceitar, porque não se percebe como é que uma Câmara Municipal, tendo aqui empresas e pessoas, deixa isto acontecer”, revelou ainda Guilherme Pires, acrescentando que o” stock não sofreu grandes danos porque já estava em altura”.
Luísa Salgueiro presente
A presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, esteve no terreno para perceber as dimensões dos estragos e mostrou-se solidária com os lesados. A autarca revelou ainda a dimensão total do problema.
“Estamos a realizar uma empreitada de grande complexidade, de grande escala. Estamos a criar um novo coletor a 8 metros de profundidade. A água não drena para o coletor que existia anteriormente, portanto, só através da bombagem de água é que nós conseguimos resolver esse constrangimento”, explicou.
Sem conseguir precisar a duração da intervenção, Luísa Salgueiro calcula que “dentro de um mês esteja concluída”. A autarca deixou uma garantia: “Estamos próximos para tentar acompanhar, dentro daquilo que são as nossas competências, e fazer tudo o que podemos para ajudar estas empresas, cujo funcionamento foi muito prejudicado”.