Concelho registou este domingo dez novos casos de covid-19 , num total de 128. Testagem "em grande número" faz antever subida no registo de doentes.
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Arouca somou, este domingo, mais 10 novos casos por infeção de covid-19, num total de 128 infetados, um dia depois de serem conhecidos os 64 testes positivos entre os utentes e funcionários de um lar de Alvarenga e nove nos bombeiros. A população está expectante em relação à verdadeira extensão das infeções que os testes de despistagem podem vir a revelar, mas recusam alarmismos.
"O pior é se a infeção vem para fora do lar. A população tem de ser testada", comentavam Mário Mendes e Joaquim Mendes, por entre um copo de vinho no "Café Rampinha", a cerca de 100 metros do lar da Casa do Povo de Santa Cruz de Alvarenga, o "epicentro" dos casos no concelho.
Os dois amigos mostram cautela após o conhecimento do surto de infeção na instituição, "mas não é preciso muitos receios", ressalvam.
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"Vivo a 50 metros do lar e não estou com medo", atesta Mário Mendes, contando, contudo, que passou a ter mais cuidados. "Antes, andávamos mais descontraídos". Joaquim acompanha: "Nem usava máscara, mas agora ando sempre", diz.
Visitas canceladas
O presidente da Junta de Freguesia, Luís Filipe Teles, mostra-se expectante sobre os próximos dias. "Neste momento não sabemos o que as infeções podem ter provocado fora do lar. A situação está controlada no lar, mas houve circulação de funcionários na freguesia", explica. Motivo pelo qual diz que o surto na instituição "pode ter alguma dimensão na população".
O autarca espera os resultados dos testes que diz estarem a serem feitos em "grande número". Luís Teles afirma que, entre os novos casos no concelho, "uns dois serão utentes do lar", ressalvando que a situação na instituição é "calma".
Com as visitas canceladas, não havia este domingo qualquer movimento no exterior do lar da Casa do Povo de Santa Cruz de Alvarenga, garantindo o presidente da Junta de Freguesia que os familiares foram informados do sucedido, com a prontidão que foi possível. "Havia duas pessoas a fazerem os contactos, mas pode ter havido alguma dificuldade de momento", ressalvou.
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O conhecimento público das infeções causou prejuízos na restauração em Alvarenga, naquele que seria um dia de grande afluência de clientela. "Num domingo habitual estávamos com a casa cheia e clientes à espera de entrar. Hoje tivemos uma quebra como já não acontecia há muitos anos", confirmou Maria José do Restaurante Caetano.
Mas a poucos metros de distância, nos Passadiços do Paiva, registava-se mais um dia de afluência máxima permitida, cerca de 800 pessoas, sem receio aparente das notícias recentes. "Soubemos das infeções, mas viemos na mesma, porque temos que tentar fazer uma vida normal", explicavam João Almeida, Alice Marques e Dora Carneiro.
O grupo de amigos de Águeda surgiu de máscara colocada no rosto. "Quando nos aproximávamos de um grupo de pessoas colocávamos a máscara", explicam, contrariando a grande maioria dos "caminheiros" que não ostentava máscara.
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