A Arquidiocese de Braga da Igreja Católica está a formar os catequistas para prevenir e identificar eventuais casos de abusos de menores e de pessoas vulneráveis no seio da Igreja.
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Em comunicado, o organismo religioso adianta que, na última sexta-feira, durante o Dia Arquidiocesano do Catequista, que decorreu no Santuário do Sameiro com mais de mil ministros da catequese, “foram abordados os sinais, causas e contextos de risco e examinadas relações de poder e de vulnerabilidade, tendo sido revelado, em particular, o trabalho que está a ser desenvolvido pela Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis da Arquidiocese de Braga (CPMAVAB).”
O objetivo, segundo a Arquidiocese, “é que situações como as que foram reveladas no relatório sobre os abusos sexuais na Igreja Católica não voltem a suceder e sejam atempadamente prevenidas, através da ação e de medidas efetivas”.
Em paralelo, a CPMAVAB também realizou uma ação de formação no Centro Pastoral da Arquidiocese, tendo o encontro sido orientado pelos psiquiatras especialistas em Sexologia e Psiquiatria Forense Madalena Serra e Fernando Vieira.
Além da presidente da CPMAVAB, a advogada Carla Rodrigues, e demais membros da Comissão, marcaram presença no encontro o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, psicólogos, advogados, sacerdotes, professores e representantes da Comissão do Porto.
Na ocasião, “foram abordados conceitos legais respeitantes aos crimes sexuais, patologias clínicas, aspetos médico-legais, tratamentos e perícias psiquiátricas/psicológicas, ao passo que no encontro com os catequistas, no Sameiro, o objetivo foi encontrar um plano de prevenção e de ação, incluindo medidas específicas para salvaguardar a segurança dos menores”.
À margem destas duas ações que se complementaram, o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, defendeu que “cada vez mais nós precisamos de formação, de clarividência na proteção, no cuidado, no acompanhamento das crianças, dos adolescentes, dos jovens, dos adultos e dos mais velhos, de um modo especial dos mais vulneráveis”.
O Prelado insistiu no “cuidado da pessoa humana, olhando-a como ‘terra sagrada’, para que não aconteçam abusos, seja de que tipo for: de consciência, de poder, sexuais, espirituais”.
“Juntos devemos ser capazes de ultrapassar todas estas dificuldades e fazer com que estes abusos não voltem a acontecer no âmbito da Igreja”, apelou D. José Cordeiro, defendendo um trabalho interdisciplinar e apontando como indispensáveis "a formação e a cultura do cuidado em todos os âmbitos da Pastoral, e de um modo especial onde estão as crianças e adultos vulneráveis".