A Arquidiocese de Braga recuperou o espólio musical do padre Manuel Faria Borda, um dos compositores que contribuiu para a criação de cânticos litúrgicos em português, a partir de 1965.
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Ao mesmo tempo, a Igreja ambiciona aprofundar a história dos músicos religiosos da região e está prestes a avançar com a instalação de uma biblioteca e do arquivo diocesano nas antigas instalações do Diário do Minho.
"É preciso fazer uma atualização do dicionário dos músicos religiosos de Braga e pode ser que nasça, a partir daqui, o rastilho para isso", afirmou o cónego José Paulo Abreu, responsável pelo património da Igreja, numa conferência de imprensa onde marcou presença o arcebispo primaz de Braga, D. Jorge Ortiga.
O prelado adiantou que o espólio do pároco natural de Fão, falecido em 1992, estava à venda num alfarrabista. "Foi um historiador de Esposende que nos alertou para a situação e, assim, não se perdeu", sublinhou, falando de um investimento de dois mil euros para adquirir 1086 documentos do sacerdote. Concretamente, são 115 manuscritos, 75 obras completas, 250 partituras impressas, 221 obras impressas e 435 revistas de música sacra.
"Milhares de cânticos que o povo canta nasceram do talento e esforço de compositores no qual se insere o padre Manuel Faria Borda. Os nossos músicos chegaram ao coração do nosso povo", frisou o cónego José Paulo Abreu.
Segundo D. Jorge Ortiga, "a Arquidiocese sempre se empenhou na promoção da cultura". Exemplo disso, acrescentou, é o projeto que a Igreja tem para as antigas instalações do jornal Diário do Minho. Será ali que vai nascer uma biblioteca e onde passará a estar o arquivo diocesano.
"Pretendemos recolher documentos dispersos em confrarias, paróquias, residências paroquiais Será um depósito, não nos queremos apropriar de nada", descreveu o prelado, acrescentando que o edifício deverá ser composto por unidades distintas para o espólio ou bibliotecas particulares de alguns sacerdotes.
A ideia é que os espaços sejam abertos ao público. "O projeto já estaria realizado se não fosse a pandemia", lamentou o arcebispo.