Ministério Público considera que a quebra do vidro que vitimou a jovem de 16 anos foi um acidente. Câmara avançou com obras na Secundária.
Corpo do artigo
O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito à morte de Mariana Cruz, que faleceu aos 16 anos, a 11 de janeiro de 2024, na Escola Secundária de Seia, considerando que tal resultou de “causa acidental”. A jovem, tal como foi noticiado na altura, empurrou com o corpo uma das portas de acesso às traseiras do Bloco C, que por estar fechada com o trinco e não encostada provocou a quebra do vidro, tendo um dos estilhaços perfurado o peito da estudante, atingindo-a num pulmão, ferimento que se revelou fatal, apesar da pronta assistência que teve.
Segundo o despacho de arquivamento, citado pelo Correio da Manhã, “não houve qualquer interferência externa ou intenção da vítima”, pelo que “determinou o arquivamento do inquérito por inexistência de crime”, por estar convicto de que foi tudo “uma infeliz coincidência”, após a investigação ter ouvido várias testemunhas.
Mariana Cruz ainda foi transportada para o Hospital de Seia em manobras de suporte avançado de vida, mas o pior cenário confirmou-se. A família não concordará com este desfecho, ponderando agir para reabrir o inquérito.
O JN tentou esta terça-feira falar com a direção da Escola, mas não foi possível. Já o Município de Seia, presidido por Luciano Ribeiro e que tal como outras autarquias, tem agora a competência de zelar pelos estabelecimentos escolares, esclarece que “sobre os aspetos de segurança, foram adotadas as medidas compatíveis com as infraestruturas existentes à época”.
Recorde-se que o ministro da Educação à data, João Costa, rejeitou a relação entre as condições da escola e o acidente, apesar de estar prevista uma intervenção de fundo que arrancou um mês depois. Segundo a autarquia, estas obras de requalificação da Secundária, que devem terminar no final deste ano, custam cerca de 6,7 milhões de euros e assentam “na reabilitação de todos os edifícios do complexo, incluindo os pavilhões gimnodesportivo e polivalente, assim como os espaços exteriores, incluindo todas as infraestruturas, a melhoria do desempenho energético, da acessibilidade e segurança”. Esta é uma ambição com mais de 30 anos, mas começou a ser concretizada “três anos após a escola passar para jurisdição da autarquia”.