Começaram, na manhã desta sexta-feira, os trabalhos de demolição do Edifício Jardim (prédio Coutinho), em Viana do Castelo. Há pelo menos dez moradores ainda dentro.
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Pouco passava das 8 horas, trabalhadores de construção civil entraram no imóvel e ouve-se já no exterior ruído de marretas a partir paredes junto aos apartamentos ainda habitados. Há pelo menos dez pessoas ainda em seis frações das 105 do prédio.
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"De forma a intimidar-nos estão a rebentar todas as paredes a volta do meu apartamento", relatou Maria José Da Ponte, uma das moradoras resistentes. Uma ambulância esteve no local a assistir um dos moradores.
O advogado dos moradores foi impedido de entrar no prédio e já comunicou o caso às autoridades e à ordem dos advogados. Magalhães Sant'ana confirmou que os trabalhos estão a decorrer nas frações imediatamente contíguas às ainda ocupadas.
"Foi-me impedido o acesso aos meus clientes. Estou a ser impedido pela VianaPolis de exercer o meu mandato. Os meus clientes têm direito a assistência jurídica. Isto é violação de um direito fundamental e uma atitude absolutamente prepotente e ilegal por parte da VianaPolis", disse Magalhães Sant'Ana. "Enquanto estiverem em causa direitos, liberdades e garantias, as pessoas vão resistir".
Na quinta-feira, a sociedade VianaPolis anunciou o início dos trabalhos a qualquer momento, após ter cortado todos os serviços de água, luz, gás e telecomunicações. O prédio está cercado de segurança e polícia.
A intenção de demolir o prédio de 13 andares está prevista desde o ano 2000. Na altura viviam cerca de 300 pessoas no imóvel. Para o espaço do atual prédio Coutinho, está anunciada a construção do novo Mercado Municipal da cidade.
GNR de prevenção em visita do ministro do Ambiente
Militares da GNR estão esta sexta-feira de prevenção numa visita do Ministro do Ambiente e Transição Energética, a Viana do Castelo, por causa da polémica do prédio Coutinho. Matos Fernandes, vai presidir cerca das 11 horas a uma cerimónia que assinala a entrada em funcionamento da ligação do Sistema de Abastecimento de Águas em Alta ao Vale do Neiva.
O facto de o processo de demolição do prédio ser da sua tutela, levou ao reforço da segurança e maior atenção por parte das autoridades, confirmou ao Jornal de Notícias fonte do Comando Territorial da GNR de Viana do Castelo.
A obra a inaugurar pelo ministro do Ambiente, serve as freguesias de Barroselas, Carvoeiro, Mazarefes, Mujães, Vila de Punhe, Vila Franca e Vila Fria, abrangendo cerca de 15 mil fogos. Trata-se de um investimento de 4,6 milhões de euros, com a criação de 10,5 quilómetros de condutas adutoras, três reservatórios de água e uma estação elevatória.