Arriscam descer o rio sem regras

Uma semana depois do acidente que fez uma vítima mortal no Rio Paiva, depois de uma descida de rafting, na zona de Castelo de Paiva, alguns empresários do sector voltam a aparecer a defender a regulamentação da actividade. São cada vez mais as empresas que surgem a oferecer este "desporto radical" e cada vez mais os interessados em praticar, no entanto, não existe legislação sobre as normas de segurança a aplicar.

"Parece que é preciso que aconteçam acidentes graves para que se olhe para esta actividade de uma forma mais séria. É urgente a regulamentação, pois esta situação permite algumas irresponsabilidades", diz um dos empresários que trabalha na zona de Castelo de Paiva e Arouca, mas que optou por não se identificar.

O rafting é uma actividade sazonal (só se pratica no Inverno e Primavera), o que leva a que a concorrência seja "mais aguerrida", diz o empresário, reiterando a necessidade de se criar "uma lei que estabeleça uma base de trabalho e segurança".

Neste momento, "bastam seis mil euros e um alvará e qualquer um pode ter uma empresa de rafting. É por isto que temos empresas legais, que cumprem as condições de segurança, e outras que arriscam mais", acrescentou.

No entanto, e uma semana depois do acidente, não teve cancelamentos. No final de uma descida, os participantes diziam-se "com vontade de repetir". "Soubemos do acidente, mas não ponderámos adiar a nossa primeira experiência de ratfing", revelou Sérgio Gomes, um dos 12 estreantes que viajaram de Óbidos para testar o Paiva.

Já Mário Reboredo e José Rocha, instrutores, reconhecem que o acidente "pode prejudicar a actividade", mas garantem que "o rafting é seguro, desde que as empresas cumpram os requisitos e os praticantes sejam bem informados sobre os comportamentos a ter dentro do barco a descer o rio".