O Mercado do Bolhão, no Porto, tem em exposição, até novembro, uma pérgula suspensa criada a partir de dois mil cones da indústria têxtil. Esta instalação resulta da formação "Tudo se Transforma", que decorreu entre 24 e 28 de setembro e reuniu estudantes e arquitetos nacionais e internacionais com o objetivo de desenvolverem projetos temporários a partir de resíduos têxteis.
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A iniciativa surge da colaboração entre a Antiga Casa Pompeu, o gabinete de arquitetura hori-zonte, a Faculdade de Arquitetura da Faculdade do Porto e do próprio Mercado do Bolhão. As quatro entidades uniram-se com o objetivo de sensibilizar os visitantes para práticas mais regulares de reaproveitamento de resíduos.
Manuela Silva, CEO da Antiga Casa Pompeu, citada em comunicado, destacou que o projeto dá seguimento à missão da empresa, que transforma resíduos em recursos, promovendo uma "cultura da circularidade que atravessa gerações". Desde 2024, a empresa já geriu de 40 mil toneladas de resíduos e realizou mais de sete mil serviços de reciclagem.
Porquê o Mercado do Bolhão?
De acordo com Diogo Lopes Teixeira, fundador do gabinete hori-zonte, o Mercado do Bolhão é um "símbolo de tradição e da vitalidade local" e, por isso, "o cenário ideal para dialogar com o passado e o futuro da cidade". A presença da instalação, defende, pode servir para "inspirar práticas mais sustentáveis" e reforçar o papel da arquitetura como "veículo poderoso de mudança" perante a urgência climática.
Além disso, sendo o Mercado do Bolhão um espaço que promove o consumo de produtos locais e frescos, a exposição pretende também reforçar a "redução do desperdício e da reutilização" , sensibilizando para a construção de um "futuro mais sustentável num ambiente urbano".
"No final da exposição, todos os materiais utilizados na instalação serão novamente encaminhados para reciclagem, regressando ao circuito da indústria transformadora", apontam os promotores.