Uma árvore caiu sobre uma viatura que se encontrava estacionada na Rua Fresca, em Leça da Palmeira, concelho de Matosinhos. O incidente não provocou feridos, apenas danos no carro.
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O alerta chegou ao quartel dos Bombeiros Voluntários Matosinhos/Leça pouco depois das 14 horas.
Alexandra Gonçalves é de Matosinhos e trabalha há 30 anos na Farmácia Saúde, em Leça. Tinha o carro estacionado na rua Fresca e conta, ao JN, que quem se apercebeu do incidente foi a patroa, quando, à hora de almoço, passou pelo local.
Após ter sido informada sobre o incidente, Alexandra Gonçalves dirigiu-se para junto do carro e ligou para a Câmara, para a PSP e para os Bombeiros. "Já me disseram que deve ter dado cabo da suspensão, e vou ter de chamar o reboque. Agora, fiquei sem carro e tenho de vir trabalhar todos os dias", afirmou.
Antes desta ocorrência, a corporação de Matosinhos/Leça tinha sido alertada para uma inundação junto à saída da A28 para o Marshopping, o que obrigou ao corte temporário da via. O acesso foi entretanto reaberto. Também outros acessos da A28 a Leça da Palmeira ficaram alagados, como a entrada que desemboca na Quinta da Conceição, que habitualmente inunda sempre que chove com mais intensidade. Um carro acabou por ficar parcialmente submerso.
Na zona da Boa Nova, ainda em Leça da Palmeira, a Avenida da Liberdade ficou alagada.
Com a chuva intensa que se fez sentir durante toda a manhã e início da tarde, as corporações de bombeiros de vários concelhos do Grande Porto têm sido mobilizadas para acorrer a pequenas inundações, algumas resultantes do entupimento de bueiros.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) tinha registado, entre a meia-noite e as 15 horas desta terça-feira um total de 188 ocorrências relacionadas com o mau tempo em todo o território nacional, a maioria das quais na região Norte, onde houve cerca de 120, sobretudo na Área Metropolitana do Porto (AMP) e nos distritos de Braga e Viana do Castelo. Destas, 85 tiveram lugar na AMP.
De acordo com a meteorologista Patrícia Gomes, a precipitação que se fez sentir sobretudo na região Norte, entre a manhã e o início da tarde, corresponde a "uma situação perfeitamente normal para esta época do ano".
"Está tudo dentro do normal. O estado do tempo está condicionado pela passagem de uma superfície frontal fria, o que é algo absolutamente normal para esta altura. Por vezes, essa superfície tem mais atividade, e causa mais chuva", explica ao JN a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que aponta "vários fatores" como causa para as inúmeras inundações registadas a Norte.
"Houve persistência e intensidade a partir do meio da manhã, sobretudo na região Norte, e isso não ajuda. Houve períodos em que ocorreu precipitação mais intensa, e o solo acaba por não absorver a água. Em zonas próximas do mar, o facto de isso coincidir com a preia-mar também não ajuda", aponta Patrícia Gomes, indicando que, no Norte, a maré subiu "por volta do meio-dia".