<p>Uma loja onde se vendem flores e vestuário, na vila de Alpendorada, Marco de Canaveses, tem na montra uma árvore de Natal enfeitada com nomes de clientes que terão dívidas no estabelecimento, propriedade de Luísa da Conceição Pinto de Sousa.</p>
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Ao todo são seis as alegadas devedoras cujos nomes, morada e valor da dívida estão pendurados, em papéis, na insólita árvore. São todas mulheres, "amigas" da proprietária da "Florista Luísa", assim se chama o estabelecimento comercial.
O total das dívidas, agora denunciadas publicamente, ascende aos 1100 euros. Além destas, há mais duas dívidas, uma das quais de 400 euros já com cinco anos. O luto porque passam os devedores evitou que os seus nomes fossem também pendurados na árvore.
Luísa da Conceição Pinto de Sousa, a comerciante autora do insólito enfeite natalício, explicou ao JN, que a ideia já era para ser posta em prática no Natal do ano passado.
"Depois decidimos primeiro avisar os clientes. Foi o que fiz este ano. Primeiro de boca, depois com um papel afixado na porta: se até dia 11, não pagassem as dívidas ou parte, a árvore de Natal ia ser decorada com os calotes", conta.
A ameaça rendeu a cobrança de duas dívidas. "No dia 11 apareceram duas. Com o cartão multibanco pagaram os que deviam há mais de um ano", revelou ao JN, Luísa Sousa. As restantes devedoras não pagaram e agora têm os seus nomes expostos no meio da roupa para venda, na montra.
"O que fez com que eu resolvesse de vez fazer isto, foi o facto de uma delas, a Luísa, ter-me dito na cara que eu não era capaz de fazer uma coisas destas. Aquilo começou a ferver por mim acima. Isso não é resposta que se dê", desabafa a comerciante.
Ao lado, de avental preso à cintura e lenço na cabeça, Joaquina Pereira Pinto, aprova o arrojo da vizinha. "Vim ver de propósito os calotes. Uma pessoa quando compra o artigo para o depois o vender também quer ganhar algum", atirou.
Maria Pinto Silva, por entre as compras de natal que, ontem fazia na Florista/pronto-a-vestir, deixou claro que também concorda com a insólita decoração da árvore de natal: "Quem não tem dinheiro não tem vícios", exclamou.