O projeto “Rede de mulheres guardiãs da natureza e desenvolvimento sustentável do mundo rural” chegou hoje ao Parque Natural do Douro Internacional com o lançamento da iniciativa nesta área protegida, “onde foram identificadas várias interessadas em participar”, revelou a presidente da "Business As Nature".
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O projeto "Guardiãs da Natureza" tem como objetivo promover o envolvimento e a capacitação das mulheres no mundo rural. No terreno desde junho de 2024, mais de uma centena de mulheres já são guardiãs da natureza em oito áreas protegidas em Portugal. E há seis onde o projeto vai ser alargado - uma delas é a do Parque Natural do Douro internacional, onde a rede chegou esta segunda-feira.
“Agora, as mulheres do Douro Internacional podem inscrever-se, mas já temos algumas identificadas por terem boas práticas. Temos cá cinco que vão apresentar os seus projetos que já estão a decorrer. Estamos a tentar a mobilizar mais para se inscreverem”, deu conta Susana Viseu, presidente da associação "Business As Nature".
Uma das inscritas em Miranda do Douro é Susana Bonnail, responsável da estação biológica internacional Douro/Duero, que assegura o cruzeiro que faz os passeios no rio. “Já trabalho há muitos anos aqui e julgo que há muitas mulheres que têm os mesmos problemas e preocupações. O projeto das guardiãs é uma imensa oportunidade de as juntar a todas numa rede de ajuda, trabalho e colaboração”, contou Susana Bonnail.
Na primeira fase, o projeto das guardiãs desenvolveu-se em oito áreas protegidas, nomeadamente Montesinho, Litoral Norte de Esposende, Dunas de S. Jacinto/Aveiro, Paul de Arzila/Baixo Mondego, Serra da Estrela, Estuário do Sado, Ria Formosa e Vale do Guadiana”, indicou a presidente da "Business As Nature".
Mais seis áreas de atuação
Nesta segunda fase, o projeto vai ser alargado a mais seis áreas protegidas - no Estuário do Tejo e Douro Internacional, já está em marcha. Nas próximas semanas vai arrancar na Peneda Gerês, Serra de Aires e Candeeiros, Serra da Lousã/Açor e Tejo Internacional. “Temos várias guardiãs em cada zona protegida. Na primeira fase, tivemos 585 mulheres inscritas, aceitámos 220 e terminaram o programa de capacitação 125, que deram origem a 90 projetos de intervenção no território”, referiu a responsável.
Na segunda leva da iniciativa, 30 mulheres mostraram interesse na zona do Tejo Internacional. “A nossa expectativa é ter entre 20 a 25 por cada área protegida. Iremos ter mais 100 guardiãs na rede”, acrescentou.
Este projeto promovido pela associação "Business As Nature" (focada na sustentabilidade ambiental e na economia circular) e financiado pelo Fundo Ambiental/Instituto de Conservação da Natureza e das Floretas insere-se no Plano de Ação do Movimento das Mulheres pelo Clima. A ideia é ter distribuídas no território guardiãs e defensoras da sustentabilidade no meio rural.
“Temos conhecido mulheres incríveis: pastoras com doutoramento em música, temos uma bióloga que é queijeira, mariscadoras que fornecem ostras aos melhores restaurantes de França, temos também a melhor padeira do mundo em Gimonde (Bragança), agricultoras e arquitetas que recuperam moinhos. É um conjunto alargado de mulheres dos 20 aos 80 anos, desde a quarta classe até doutoradas”, revelou Susana Viseu.
Leia aqui o trabalho da "Notícias Magazine" publicado em janeiro: "Guardiãs da natureza. Com muito orgulho e bastante trabalho"