Seis estudantes ingressaram na Universidade do Porto com uma média de 20. Truque para alcançar o topo não está em estudar muito, mas em estudar bem.
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A receita para o sucesso parece simples. Para atingir a nota máxima, é necessário misturar concentração e produtividade na hora de estudar. Assim foi para Luísa Leite, Carlos Ribeiro, Sofia Vilas Boas e Gabriela Gonçalves. São quatro dos seis estudantes que ingressaram este ano na Universidade do Porto com média de 20. Carlos escolheu Medicina, Sofia preferiu Artes Plásticas. Já Gabriela entrou em Arquitetura e Luísa aventurou-se em Engenharia e Gestão Industrial. Duas são do Porto, uma é de Amarante. Ele vive em Espinho. Representam alguns dos melhores alunos da sua geração.
1 Engenharia
"Nunca abdiquei de nada"
O objetivo foi traçado no início do Secundário e Luísa Leite não esconde o orgulho por o ter conseguido concretizar: com uma média de 20, o seu nome ocupa o topo na lista dos alunos colocados no curso de Engenharia e Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Para a jovem portuense, o segredo para o sucesso reside em "estudar bem" ao invés de "estudar muito".
"Nunca abdiquei de nada para estudar. O importante é sabermos concentrar o estudo todo num espaço de tempo e sermos muito produtivos", revelou.
Com os pais médicos, em tenra idade, Luísa Leite ponderou seguir um curso na área da saúde. A ideia foi "desvanecendo" com o passar dos anos e posta de parte no nono ano. "Decidi que a área da saúde não seria uma opção. Desde o décimo ano, sabia que eram as engenharias mas não sabia qual", recordou.
Foi em Engenharia e Gestão Industrial que encontrou o curso perfeito para conciliar a área da economia com as suas disciplinas de eleição: matemática e físico-química. Para os próximos cinco anos, a ambição de atingir as notas mais altas permanece.
2 Medicina
Entrar num ano de pandemia
  
Carlos Ribeiro só decidiu enveredar por Medicina no final do Secundário. Embora nutrisse o gosto pela área, o interesse pelas engenharias adiou a escolha final. Residente em Espinho, sempre foi um aluno de excelência. Todos os dias, "estudava um bocadinho" para pôr "em prática os conhecimentos adquiridos". A receita levou-o à classificação máxima.
Na altura de preencher a candidatura ao Ensino Superior, a Universidade do Porto pareceu-lhe a "escolha mais natural". Optou pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar por ter "uma proposta pedagógica mais inovadora e mais dinâmica" e nem o contexto de pandemia o demoveu de abraçar uma profissão na linha da frente de combate contra o vírus.
"Se calhar até incentivou um bocadinho por poder dar um contributo maior para a sociedade, que é o que estes médicos estão todos a fazer. A dar sangue e suor para salvar os outros. Isso até acaba por ser motivador", disse.
Dentro da Medicina, Carlos Ribeiro ainda não traçou um caminho. O futuro, ainda em aberto, poderá passar pela investigação ou pela vertente clínica. Para já, a expectativa é que o ano de caloiro "corra dentro dos possíveis e com a maior normalidade".
3 Artes Plásticas
Fazer das artes o futuro
  
As artes sempre fizeram parte da vida de Sofia Vilas Boas. Em pequena, frequentou um ATL de desenho e trabalhos manuais. Os pais, que também se interessam pela área, mostravam-lhe livros e levavam-na a museus. O gosto foi crescendo e a ideia de seguir uma carreira artística foi-se solidificando ao longo dos anos. O Secundário, feito na Escola Soares dos Reis, ajudou-a a validar o caminho a seguir. Terminou com média de 20 e ingressou na Faculdade de Belas Artes. A ponderar tornar-se professora de arte, Sofia reconhece que trilhar um caminho no mundo artístico não é tarefa fácil.
"A ideia que tenho é que, enquanto que noutros cursos há uma profissão expectável ou um conjunto de profissões que as pessoas podem ter, em artes é um pouco mais difícil. A maior parte das pessoas que tiram o curso têm como objetivo dar aulas ou então têm de estar constantemente a concorrer para ganhar prémios. Não é um trabalho muito estável e seguro porque tem de estar-se quase que a lutar para ter o próximo trabalho", referiu a jovem, natural de Amarante, cujos planos passam por arranjar uma casa no Porto.
4 Arquitetura
"Sempre fui bastante focada"
  
Para Gabriela Gonçalves, esta não é uma estreia no Ensino Superior. No ano passado, foi caloira em Engenharia e Gestão Industrial. No entanto, faltava-lhe "algo mais artístico". Este ano, candidatou-se à Faculdade de Arquitetura, onde entrou com nota de excelência.
"Ao longo de todo o Secundário sempre foi o meu objetivo [ter boas notas]. Sempre tentei dar o meu máximo e fui bastante focada no estudo. Queria tirar boas notas para ser eu a escolher o curso e não ser o curso a escolher-me a mim", contou a jovem.
Aos 19 anos, Gabriela Gonçalves acredita que a arquitetura é o caminho certo. "Por um lado, tem uma vertente mais artística. Sempre gostei de desenhar e sei que vou poder desenvolver essa competência. Apesar de parecer que a única saída profissional do curso é ser arquiteta, também há outras saídas. Posso ser designer, posso seguir uma vertente de jornalismo relacionado com arquitetura e isso também me atraiu para o curso", explicou. v
Seis estudantes
A par de Carlos Ribeiro, Sofia Vilas Boas, Gabriela Gonçalves e Luísa Leite, mais duas estudantes ingressaram este ano na Universidade do Porto com uma média de 20 valores. As alunas frequentam os cursos de Direito e Línguas e Relações Internacionais.
