Assinatura é identidade: projeto promove preservação da capacidade de assinar dos utentes

Foto: Direitos Reservados
O Centro de Educação Especial (CEE) de Bragança inaugurou, esta quarta-feira, a exposição "Assinatura e Identidade", que resulta de um projeto pioneiro a nível nacional, que envolveu 82 instituições, através do qual foram reunidas mais de quatro mil assinaturas de utentes e colaboradores.
A iniciativa teve como objetivo dar visibilidade à identidade da pessoa com deficiência e dos seus cuidadores, através da sua assinatura, que permitiu abranger cerca de 20% das 500 IPSS a nível nacional que trabalham nesta área da deficiência e da saúde mental.
"A ideia nasceu da observação. Eu trabalhava no CEE. Saí. Nessa altura muitos utentes sabiam assinar o seu nome. Regressei seis anos depois e constatei que havia menos utentes a saber assinar. É uma perda da identidade. Isto também é uma responsabilidade institucional", explicou Anabela Pires, dinamizadora do projeto e diretora do CCE que lança um repto às instituições para manterem os utentes capazes de assinar o seu nome. "É uma questão de sensibilização para esta situação. Manter o senhor António como o senhor António, que assina e a assinatura é eterna", vincou.
As assinaturas estão expostas num mural, exibido no Conservatório de Música de Dança de Bragança, e chegaram de todo o Portugal continental e das ilhas. "Quando nós percebemos que, para além, dos cuidados básicos e de outras necessidades primárias, também é necessário entender que há uma identidade da pessoa e que, essa mesma, identidade deve ser promovida pela instituição e ser mantida", referiu Anabela Pires.
