O presidente da Cooperativa de Armadores da Pesca Artesanal de Peniche criticou o atraso em acionar o helicóptero para as buscas dos náufragos ao largo da Figueira da Foz pela Marinha, que rejeita a crítica.
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"Não se compreende porque é que o helicóptero não saiu logo [que foram acionados os primeiros meios] porque, se o meio aéreo tivesse sido acionado, os pescadores teriam sido salvos com vida", afirmou à agência Lusa Jerónimo Rato.
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Contactado pela Lusa, o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, Pedro Coelho Dias disse que tal crítica "não corresponde à verdade", ao esclarecer que "os meios aéreos operam a partir do Montijo", motivo pelo qual o tempo de viagem até ao local das buscas "é superior" ao dos meios marítimos.
"Os meios marítimos são mais rápidos e estão mais perto do local", explicou.
Depois de o alerta recebido pelo Centro de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa às 4 horas, os primeiros meios, os salva-vidas de Aveiro e da Figueira da Foz, foram acionados entre as 4 horas e as 04.30 horas e chegaram ao local das buscas pelas 05.20 horas, enquanto o helicóptero da Força Aérea tem hora de chegada pelas 07.30 horas, de acordo com a Marinha.
Além do meio aéreo e dos dois salva-vidas, as buscas estão a ser efetuadas com auxílio de uma corveta da Marinha.
Três tripulantes na casa dos 50 anos e um com 44 anos
A embarcação do arrasto "Veneza", de nove metros de comprimento, naufragou a 11 milhas da costa da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, com quatro pescadores a bordo.
A Autoridade Marítima confirmou que três deles foram encontrados mortos e um continua desaparecido.
Segundo a mesma fonte, a embarcação está registada no Porto da Figueira da Foz, mas opera a partir de Peniche, distrito de Leiria.
O comandante da Capitania de Peniche, Marco Augusto, disse à agência Lusa que a tripulação do barco, três deles na casa dos 50 anos e um com 44 anos, reside na zona de Ribamar, concelho da Lourinhã, distrito de Lisboa.
Acidente ocorreu "muito rapidamente", porque não tiveram tempo de pedir socorro
Entre as causas do naufrágio, poderão estar a "rede que prendeu no fundo, a entrada de água na embarcação ou o seu abalroamento por um navio mercante", apontou o porta-voz da Marinha.
Segundo a mesma fonte, o acidente ocorreu "muito rapidamente", porque não tiveram tempo de pedir socorro e foram encontrados no mar fora da balsa.
O alerta foi recebido via satélite através de um dispositivo da embarcação acionado de forma automática.