Associação de Bares do Porto quer botão de alarme para intervenção rápida da PSP na movida
A Associação de Bares e Discotecas da Zona Histórica do Porto propõe que a Polícia Municipal faça horas extraordinárias na zona da movida, à noite, e possa avisar os piquetes da PSP através de um botão de alarme.
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A associação vai propor ao Ministério da Administração Interna (MAI) que os agentes da Polícia Municipal possam fazer horas extraordinárias, à noite, com um duplo objetivo: para que, "espalhados pela zona da movida, transmitam um maior sentimento de segurança e, sobretudo, caso detetem algum foco de perigosidade avisem, de imediato, as brigadas da PSP, acionando um botão de alarme".
A proposta foi divulgada, esta quinta-feira, por António Fonseca, o responsável pela associação, que teve a seu lado Cláudio Ferreira, presidente do Sindicato Unificado da Segurança Privado (SUSP), com ambos a manifestarem-se "preocupados" com o "aumento" dos problemas na noite portuense.
"O Porto tem o seu encanto e não queremos que entre em desencanto", comentou António Fonseca, revelando já ter pedido, por três vezes, uma reunião com o MAI, mas até agora sem resposta.
Outra proposta servirá para a tutela "passar a validar as queixas online", por furto ou outros motivos, "o que até ao momento não acontece".
Batalha campal
António Fonseca criticou Rui Moreira pelo facto de ter falado de algumas lojas comerciais como "lavandarias de dinheiro", sem apontar casos concretos. "O presidente da Câmara teve um momento infeliz, correndo o risco de generalizar. Se tem conhecimento de casos, deve passar os dados às autoridades, designadamente à Polícia Judiciária. E só ao fim de 12 anos [três mandatos] é que se lembrou disto", interroga.
Cláudio Ferreira, no ativo há uma década, atualmente como porteiro de um restaurante, diz que a insegurança tem crescido, ao "contrário" do que dizem as estatísticas. "Os turistas são abordados a cada 100 metros para a venda de droga. As pessoas que vendem são as mesmas há anos e os grupos são cada vez maiores. Quem não compra corre o risco de ser agredido, como já aconteceu e com violência. Na madrugada da última sexta-feira houve uma batalha campal na Rua de Cândido dos Reis", referiu, falando no "défice" de efetivos policiais.
"Toda a gente assobia para o lado. Se não houver quem ponha mão nisto (violência), qualquer dia vão haver mortes", alerta Cláudio Ferreira. Após pedido, o SUSP vai ser recebido pelo Comando Metropolitano da PSP do Porto no próximo dia 30.