A Extragenária, a associação para apoio a atividades de idosos, criada pelo animador Ângelo Valente e a gerontóloga Sofia Nunes, inaugura, este sábado, pelas 18 horas, a sua sede, na antiga escola primária de Ponte de Vagos, no concelho de Vagos.
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Será a partir desta casa que vão procurar “desmistificar o envelhecimento e dizer às pessoas que estão sempre a tempo de serem as mais felizes do mundo”. O espaço, cedido pela junta e Câmara, permitiu criar um centro de convívio para idosos que ainda têm autonomia. A partir dali será possível desenvolver atividades que os “estimulem” e ajude a torná-los “mais felizes”.
Trabalhar a literacia digital, as novas tecnologias e redes sociais, fazer teatro, música, ioga, sessões de gastronomia, esclarecimento de dúvidas fiscais e ações na área da saúde desenvolvidas por profissionais, saídas para almoçar ou ir à praia surfar são apenas alguns dos muitos planos de Ângelo Valente. O animador diz que está a criar um banco de voluntários para ajudarem e garante que as atividades serão de “participação grátis e sem fidelização”.
Comunidade e empresas
A renovação do espaço, devoluto há muitos anos, contou com o envolvimento da comunidade e de empresas, permitindo um primeiro contacto com a “casa” da Extragenária. António Tinoco, 70 anos, por exemplo, ajudou a limpar os vidros. “Era a minha arte, em França, desde 1977 até à reforma, altura em que regressei”, diz, explicando que quis ajudar e planeia passar ali algum do seu tempo, talvez a “jogar cartas, bilhar, matraquilhos”. A mulher, Alice, acha o projeto “maravilhoso”. Mesmo que não façamos mais nada, passamos aqui tempo a conviver”, diz.
Para muitos idosos, será um regresso à escola onde estudaram. É o caso de Célia Francisco, 68 anos, viúva que tem vindo a recuperar de um aneurisma. “Andei nesta escola, saí com o 4º ano. Acho a ideia da associação muito bonita e com muitos benefícios para uma idosa sozinha, como eu”, explica. “Foi uma surpresa ver a escola assim, está muito bonita”, acrescenta Rogério Saragoça, 72 anos, que completou ali o 4º ano.
Já Maria Simões, 74 anos, foi contínua e, mais tarde, auxiliar de ação educativa naquele estabelecimento. “Estive aqui 38 anos. Fiquei muito feliz de ver que vai voltar a ter atividade”.