Associações criticam falta de medidas, mas esperam que seja o início do diálogo
Associações de comunidades racializadas da Grande Lisboa criticaram terem saído da reunião desta terça-feira sem respostas concretas para os bairros e de combate à discriminação racial. Lamentaram que não haja responsabilização de quem mentiu na Polícia. Governo falou em encontro histórico, prometendo mais reuniões
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A esperança de que este seja apenas o início de um diálogo entre quem conhece a realidade dos bairros sociais e o Governo não foi suficiente para os representantes de várias associações de comunidades racializadas da Grande Lisboa esconderem que estão desiludidos com a "falta de preparação" do Executivo. À saída do encontro na sede do Governo, criticam os governantes por não terem trazido, à mesa, um "caderno de encargos" com vista ao investimento nestes territórios e ao combate à discriminação racial.
"Saímos daqui com alguma esperança. Agora, [o que foi discutido] tem que ser materializado. Foram vários os assuntos abordados na sala e os membros do Governo também mostraram as suas preocupações. Esperamos que as coisas não se mantenham como estão agora" começou por dizer Jakilson Pereira, coordenador da direção da Moinho da Juventude, aos jornalistas, à saída da reunião que decorreu à porta fechada durante cerca de duas horas e meia. Esteve presente em representação do bairro da Cova da Moura onde, há uma semana, Odair Moniz foi mortalmente baleado por um agente da PSP.