Astronautas e uma nave de realidade virtual na festa da ciência em Arcos de Valdevez
O Centro de Ciência Viva de Arcos de Valdevez vai receber, de 20 a 22 de março, a primeira edição do "Alto Minho Science Fest", um evento aberto à comunidade escolar, à académica e também ao público em geral.
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O evento vai juntar cerca de 40 convidados, desde astronautas a cientistas, intelectuais, comunicadores e até ilusionistas. No local estará disponível para diversão dos visitantes uma nave de realidade virtual. No centro do debate e das várias atividades programadas, vão estar temas como inteligência artificial (IA), espaço, astronomia e tendências da tecnologia.
O programa do evento, apresentado esta terça-feira em conferência de imprensa no Centro de Ciência Viva de Arcos de Valdevez, contempla 16 workshops experimentais, seis palestras e mesas redondas, seis ações de formação para docentes e sessões de planetário. COnta ainda com 10 espetáculos de ciência e exibição de outros tantos filmes imersos, assim como a realização de uma Mostra de Ciência com um total de 32 expositores, onde será possível visitar um foguetão e um satélite.
No recinto decorrerá em direto, no dia 20 de março, o programa “Prova Oral” de Fernando Alvim, com a presença dos astronautas Rui Moura (Universidade de Aveiro) e Ana Pires (INESCTEC), bem como Alexandre Silva, investigador principal do projeto do satélite Prometheus-1 (Universidade do Minho).
Entre os convidados para os três dias da festa da ciência em Arcos de Valdevez estão a cientista e ex-ministra da Ciência Elvira Fortunato, o patologia Manuel Sobrinho Simões, a jornalista Fátima Campos Ferreira, Paulo Dimas do Centro para a IA Responsável, Ricardo Conde, presidente da Agência Espacial Portuguesa, o ilusionista Mário Daniel e o matemático Rogério Martins, que ensina ciência à boleia da sua bicicleta.
O programa prevê uma mesa-redonda com cientistas naturais de Arcos de Valdevez, espalhados pelo Mundo, a apresentação do espetáculo “Química do Amor” com Filipe Monteiro e workshops sobre temas como cozinha molecular, “clean cooking” com energia solar, um circo de física, astronautas e foguetões espaciais.
"Descomplicar a ciência"
Segundo diretor do Centro de Ciência Viva de Arcos de Valdevez, José Carlos Fernandes, a primeira edição do “Alto Minho Science Fest” surge na sequência da atividade desenvolvida naquele centro e que contempla já uma escola de ciência, em que uma vez por ano alunos do 4º ano têm aulas ali durante uma semana. Permitirá agora que aquele espaço, criado para “descomplicar a ciência” e “promover vocações científicas”, chegue de forma ampliada e com temas atuais ao público em geral e às comunidades escolar e académica de fora daquele concelho.
“Estamos rodeados de grandes projetos de Ciência, de responsáveis ou de departamentos ou de projetos, que nos dão um sinal claro de que aquilo que vamos discutir é com os melhores especialistas. Nesse sentido, vamos teorizar um pouco qual o impacto, por exemplo, da IA no campo da Educação, que neste momento é crucial”, afirmou José Carlos Fernandes.
O diretor do Centro de Ciência Viva considera que “as pessoas andam um pouco perdidas sobre o que é a realidade virtual”, pelo que o evento servirá o objetivo de promover mais conhecimento sobre o tema. Realçou ainda que temáticas como espaço e astronomia serão outras das vertentes a abordar, dando a conhecer ao público que “cá dentro [em Portugal] temos cientistas a dar cartas”. Astronautas como Rui Moura e Ana Pires vão "aportar e disponibilizar o seu conhecimento junto dos mais novos”, adiantou o responsável, acrescentando que são esperados "entre cinco e seis mil visitantes" no certame.
Para o presidente da câmara de Arcos de Valdevez, João Esteves, o primeiro “Alto Minho Science Fest” será “um evento que vai marcar a agenda nacional” e que dará visibilidade a um Centro de Ciência Viva considerado “de referência” em Portugal e que em quatro anos de existência foi visitando por cerca de 50 mil pessoas. Aquele centro dá pelo nome também de Oficinas de Criatividade Himalaya, em alusão ao cientista e inventor nascido em Cendufe, no concelho de Arcos de Valdevez, Manuel António Gomes, que ficou conhecido como Padre Himalaia.