Um ataque de, pelo menos, dois cães vadios de grande porte estará na origem da morte de 11 ovelhas na aldeia de Cêtos, em Castro Daire. Outras três ficaram gravemente feridas e tiveram de ser abatidas. Prejuízo ronda os 2000 euros.
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O caso ocorreu na madrugada de sábado. Abílio Pinto, o proprietário, só deu conta de manhã. "Era sangue por todo o lado. As ovelhas foram arrastadas e estavam encurraladas. Os cães destruíram a cancela, conseguiram entrar no terreno e no curral", conta.
Oito ovelhas foram encontradas mortas e três tiveram de ser abatidas, dado os graves ferimentos. Das 20 cabeças, apenas uma escapou ilesa porque conseguiu fugir. "Fomos encontrá-la a 70 metros de casa", recorda o pastor.
Das ovelhas que restaram a Abílio Pinto, seis permanecem no pasto e três estão na loja, gravemente feridas. "Foram medicadas pelo veterinário municipal, mas não sei se vão resistir", diz.
Ninguém assume responsabilidades e o prejuízo é meu. Tinha 11 borregos para vender pela altura da Páscoa e fiquei sem eles
O prejuízo estimado ronda os 2000 euros e Abílio Pinto pondera desistir do pastoreio. "Eu gosto muito disto, mas assim torna-se difícil. Ninguém assume responsabilidades e o prejuízo é meu. Tinha 11 borregos para vender pela altura da Páscoa e fiquei sem eles", lamenta.
Abílio Pinto explica que os pequenos agricultores da Serra de Montemuro vão "mantendo os terrenos limpos à volta da aldeia" com o pastoreio. "Um vizinho cedeu-me um terreno com mais de dois hectares. Se eu deixar isto, daqui a um ano está tudo cheio de silvas", diz.
Mas este não é o primeiro ataque de que são alvo rebanhos da aldeia da Serra de Montemuro. Já em novembro, foram encontradas seis ovelhas mortas.
Os cães vadios andam por aí à solta a causar estragos. Não são capturados porque não há um canil onde possam ser recolhidos
No local esteve a GNR e o veterinário municipal a tomarem conta da ocorrência. Foram colocadas armadilhas no terreno de forma a conseguirem apanhar os animais e, assim, identificá-los.
Segundo Abílio Pinto, uma das soluções para o problema seria a construção de um canil municipal. "Os cães vadios andam por aí à solta a causar estragos. Não são capturados porque não há um canil onde possam ser recolhidos", lamenta.