Ministério do Ambiente e Recivalongo negam a possibilidade de receberem resíduos contaminados pelo novo coronavírus. Associação fala na ausência de cobertura dos resíduos.
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O Ministério do Ambiente nega a possibilidade de os resíduos importados e depositados no aterro de Sobrado, em Valongo, que recebe lixos de Itália, poderem estar contaminados com o novo coronavírus. "Os resíduos importados são objeto de armazenamento e estabilização, não estando relacionados com resíduos urbanos recolhidos em período de pandemia", explica o Governo.
Os lixos internacionais, para serem depositados em aterro, são submetidos a um processo de aceitação com tripla verificação por várias entidades, lembra a Recivalongo, empresa que explora o aterro. "Os resíduos contaminados com coronavírus são considerados perigosos. A Recivalongo não recebe resíduos perigosos", alegam, reafirmando o cumprimento da legislação.
As reações surgem depois de a Associação Jornada Principal ter denunciado a alegada ausência de cobertura diária dos resíduos com recurso a terra vegetal por parte da Recivalongo, entre outras irregularidades, e de ter questionado se não deveria ser temporariamente cancelada a receção de resíduos de países com elevado número de casos de Covid-19. O grupo afirma que os resídios provenientes de Itália para este aterro são "enterrados" sem controlo.
Empresa acusa associação de difamar e levantar acusações falsas
Ao JN, a Recivalongo acusa a associação de populares que luta pelo fim do equipamento de difamar e levantar acusações falsas "por falta de conhecimento técnico". "É falso que os resíduos não sejam cobertos com terra, isso acontece diariamente; a presença de gaivotas é rara e é monitorizada; os resíduos de amianto recebidos cumprem as normas; e os mosquitos não têm origem no aterro, mas na poluição do rio Ferreira, em explorações agrícolas e da ETAR de Campo", garantem os responsáveis.
O Ministério do Ambiente diz que a última inspecção ao aterro foi realizada no dia 21 de janeiro de 2020 e "aguarda-se o seu resultado". A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte realizou também várias visitas ao equipamento, entre o final do ano passado e início deste ano, no âmbito da Comissão de Acompanhamento criada, que definiu medidas de mitigação do impacto do aterro, já adotadas