<p>Apesar de já estar em funcionamento há dois meses, foi ontem, quarta-feira, inaugurada, pelo secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, a central de valorização energética de biogás instalada no aterro sanitário de Urjais.</p>
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Aqui serão depositados os resíduos sólidos urbanos provenientes dos 12 concelhos do distrito de Bragança e ainda de Vila Nova de Foz Côa (Guarda), que integram a empresa intermunicipal Resíduos do Nordeste (RN). Esta nova unidade está a produzir energia, a partir do lixo, equivalente ao consumo médio de 1500 habitações por ano (média de 4500 MWh) e, que será vendida à rede eléctrica nacional, e, ao mesmo tempo, diminui a poluição ambiental.
"A principal prioridade era resolver um problema ambiental de diminuir as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, e estimamos que ela venha a trazer-nos alguma receita residual, face aquilo que são as despesas associadas a estes projectos", explicou, ao JN, o director-geral da RN. Paulo Praça estima que esta instalação "poderá facturar 250 mil euros por ano, sendo que nem todos os anos terá uma produção idêntica". O investimento foi superior a 1,1 milhões de euros.
O governante, também inaugurou a Estação de Tratamento de Águas Lixiviantes (ETAL) que faz o tratamento dos lixiviados provenientes da deposição de resíduos sólidos urbanos pelo processo de evaporação. O equipamento teve um custo superior a 1,2 milhões de euros, comparticipado em 85% pela Agência Portuguesa do Ambiente e sempre foi uma prioridade para a empresa RN, tendo em conta que, até há um ano atrás, "os lixiviados eram distribuídos pelas estações de tratamento de águas residuais de Mirandela e Macedo de Cavaleiros através da utilização de um tanque de 6500 litros, transportado por um veículo da empresa", conta Paulo Praça.
Outra novidade é que em termos energéticos, a ETAL utiliza caroço de azeitona (biomassa), um recurso abundante numa região com tradição do melhor azeite. "Trata-se de uma inovação porque é um casamento perfeito entre o universo dos resíduos e as energias renováveis", assinala o Secretário de Estado do Ambiente, elogiando a atitude "pró-activa" do sistema liderado pela RN para ser rápido a entrar na nova fase do universo dos resíduos.
"A primeira fase foi quando demos o salto das lixeiras descontroladas para as infra-estruturas de tratamento como os aterros e as incineradoras, agora entramos na fase de explorar melhor os aterros, como o último destino para o qual só devemos canalizar o que não tem alternativa de extrair qualquer valor", explica.
O aterro sanitário da Terra Quente Transmontana tem uma produção de resíduos estimada entre 145 a 155 toneladas/dia, correspondente a 52 a 57 mil toneladas/ano.