Ativistas do coletivo Es.Col.A saíram da Fontinha às 22.30 mas regressam quinta-feira

Os ativistas do coletivo Es.Col.A que esta quarta-feira reocuparam a Fontinha, da qual tinham sido despejados quinta-feira, deixaram as instalações da antiga escola primária às 22:30, fechando portas e portões, mas regressam quinta-feira, dia para que têm agendada uma assembleia-geral.
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Milhares de pessoas - ativistas do coletivo Es.Col.A, populares e participantes das comemorações do 25 de Abril no Porto - ocuparam hoje, cerca das 17:45, a antiga escola primária da Fontinha, quebrando o cadeado de proteção do portão e entrando no espaço de onde tinham sido expulsos pelas autoridades na quinta-feira.
Durante toda a tarde, os ativistas retiraram as várias chapas de metal pregadas nas portas e janelas da escola que tinham sido colocadas, quinta-feira, por trabalhadores da Câmara do Porto.
Eram 22:00 em ponto quando a música foi desligada e as luzes da escola começaram a ser apagadas, tendo as pessoas arrumado as coisas e a começado a abandonar a antiga escola primária da Fontinha para "não incomodar o bairro".
Às 22:30, depois da saída dos últimos ativistas, a portão que hoje foi reaberto voltou a ser fechado, mas só até quinta-feira, já que o coletivo vai voltar, tendo agendada uma assembleia-geral para as 18:30.
Em declarações aos jornalistas, Ana Afonso, elemento do movimento, explicou que a escola "nunca foi um espaço onde as pessoas ficassem a morar ou a dormir", com a exceção de alguns dias no pré-desalojo devido à "tensão" mas realçando que esta foi uma situação "pontual".
"Eu creio que o que estará em discussão na assembleia-geral é como vamos limpar, reorganizar, recuperar as nossas coisas e voltar às atividades", disse, acrescentando que isto será feito "independentemente do que decidir a Câmara do Porto".
Segundo Ana Afonso, o coletivo continua "a não ter contactos da autarquia" e questionada sobre se a polícia tinha estado hoje na Fontinha, a resposta foi perentória: "oficialmente não".
"Hoje tivemos um bocadinho de abril na Fontinha e o que nós hoje sentimos mais e queremos dizer a toda a gente é: esperemos que a moda pegue", enfatizou.
Remetendo para a assembleia-geral quaisquer decisões que venham a tomar, Ana Afonso disse esperar, pelo seu lado, que o coletivo decida "retomar as atividades".
A Agência Lusa contactou a Câmara do Porto durante a tarde, que disse, naquele momento, não ter qualquer comentário a fazer.
O movimento Es.Col.A ocupou a escola do Alto da Fontinha em abril de 2011, para dinamizar diversas atividades, desde hortas a teatro, passando por ioga e cinema, mas em maio desse ano foi despejado pela Câmara do Porto.
A autarquia acabaria por ceder a escola ao movimento até dezembro de 2011, com o argumento de que a autarquia teria "em fase de negociação" um projeto municipal para aquele edifício, abandonado há cerca de cinco anos.
O movimento revelou em fevereiro ter recebido uma carta da Câmara do Porto "a comunicar o término da cedência" e fonte oficial da autarquia revelou na altura ter autorizado o movimento Es.Col.A a permanecer na escola até ao final de março, enquanto decorriam negociações sobre a ocupação do espaço.
