<p>Dois utentes do centro de dia da Misericórdia da Maia foram mortalmente atropelados no passeio quando esperavam a carrinha da instituição. O acidente aconteceu pelas 9.30 horas, ontem, quinta-feira, em Vila Nova da Telha.</p>
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Maria dos Santos Marques, de 82 anos, e António Jorge Lopes, de 58, foram colhidos por um automóvel que se despistou na sequência de uma colisão com outro carro, no cruzamento da Rua 15 com a Rua 1, na Urbanização do Lidador.
Aquele cruzamento já foi cenário de muitos acidentes, "nenhum deles tão grave", contou Albina Guedes, vizinha das duas vítimas. Entre os moradores da Urbanização do Lidador, são várias as histórias de pequenos embates, travagens bruscas e muitos sustos, ali, onde está vísivel um sinal Stop, mas pouco respeitado.
Maria dos Santos Marques, viúva, vivia um pouco mais acima do cruzamento onde morreu. A carrinha podia ir busca-la à porta de casa, masa idosa "preferia ir até ali a pé, para fazer exercicio", contou, ao JN, uma das netas.
A causa do embate entre as duas viaturas ainda é desconhecida e a GNR não adianta pormenores antes de concluir todas as averiguações. No entanto, entre os moradores a convicção é assumida: excesso de velocidade e desrespeito pelo sinal de Stop.
"Passam por aqui a abrir e depois dá nisto", comentou um morador, chocado pelo cenário que viu quando chegou ao local. "As rodas da carrinha- um dos veículos envolvidos no acidente era um ligeiro de mercadorias - ainda estavam a girar quando cheguei aqui. Era horrível", diz.
Foram os Bombeiros de Moreira da Maia quem chegou primeiro. "As duas vítimas estavam em paragem cardíaca. Tentámos fazer a reanimação, mas sem sucesso", relatou o bombeiro João Caetano. Ambas as vítimas saíram do local já cadáveres.
António Jorge Correia Lopes morava também por aquelas ruas. Todos os dias fazia aquele caminho para apanhar o transporte para o centro de dia, onde passava o tempo até às 17.30 horas. A carrinha chegou algum tempo depois do acidente. Incrédula, a motorista ficou sentada no passeio, sem perceber o que tinha acontecido, recordaram os moradores.
Maria dos Santos Marques, que era mãe, avó e bisavó, já tinha apanhado um susto naquela rua. "Há uns meses caiu entre o passeio e a berma da estrada e ia sendo atroplada", lembrou a filha, ainda em estado de choque.
A família soube da tragédia pelos vizinhos. Quando reconheceram a idosa, correram para sua casa e tentaram confortar os familiares. "Se é que isso é possível", desabafou uma amiga da filha de Maria dos Santos Marques.
Contactado pelo JN, o presidente da Junta de Vila Nova da Telha, Pinho Gonçalves, confirmou que aquele cruzamento "está referenciado como perigoso, mas que está devidamente sinalizado". "Se calhar não chega", admitiu o autarca.
Nos dois carros envcolvidos no acidente seguiam quatro pessoas (duas em cada um). Apesar de nenhum dos ocupantes ter ficado ferido com gravidade, ambos os condutores, de 53 e 23 anos, foram transportados para o Hospital de S. João, por precaução.