Em Trás-os-Montes espera-se este ano um decréscimo na produção entre 40% e 50% devido às alterações climáticas. Produtores acreditam que o consumidor ainda vai pagar mais.
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Os agricultores estão convictos de que a subida do preço do azeite não deverá chegar para compensar a quebra este ano da produção de azeitona, que em Trás-os-Montes se prevê entre os 40% e os 50% relativamente a um ano considerado normal. No país, o decréscimo na colheita andará pelos 30% a 40%, mas o olival tradicional de sequeiro transmontano e da Beira foi mais afetado pelas alterações climáticas. São dois anos consecutivos de recessão, pois em 2021 a colheita foi ainda pior. O que contribuiu para a escalada do preço do azeite, que num ano e meio aumentou mais de 80% (ver infografia). E tudo aponta para que a subida do preço continue.
Os olivicultores preveem uma retração no consumo de azeite face a preços tão elevados. “Pode levar os consumidores a optarem por outras gorduras mais baratas”, antecipa Artur Aragão, proprietário de um lagar em Alfândega da Fé. “As pessoas não conseguem comprar azeite a um preço três vezes superior ao normal”, acrescentou.