Autarca chama a polícia para impedir vereador de filmar intervenção

Tudo aconteceu quando o vereador social-democrata e candidato à Autarquia, João Afonso, tentou filmar a sua intervenção na reunião pública da Câmara do Montijo, que decorre esta quarta-feira no Cine-Teatro Joaquim de Almeida.

"É uma situação que vem de há algum tempo. Tenho pedido ao senhor presidente da Câmara para ser democrata. Mas parece que não quer que as pessoas saibam o que se passa nas reuniões do Executivo", conta, ao JN, o vereador João Afonso.

Por isso, o eleito pelos sociais-democratas resolveu filmar a sua intervenção, que seria sobre política de habitação, para partilhar nas redes sociais. "Era exclusivamente a minha intervenção. Não iria filmar mais ninguém. Mas fui interrompido pelo senhor presidente da Câmara que deu ordem para eu interromper a minha filmagem. Disse que não podia filmar e que iria chamar a polícia", conta o vereador, que é advogado de profissão.

Segundo João Afonso, acorreram para o Cine-Teatro Joaquim de Almeida quatro agentes da PSP e um subcomissário. "O senhor subcomissário disse que não me daria ordem expressa para parar a transmissão. Mas, de qualquer forma, identificou-me. Claro que se me desse ordem eu acataria. Mas não o fez", garante o vereador social-democrata.

Como João Afonso recusou-se a suspender a filmagem, o autarca socialista Nuno Ribeiro Canta recusou-se a reatar os trabalhos.

"Só suspendemos a reunião, dizendo que o senhor vereador não pode fazer aquilo, que está proibido por lei, mais nada", afirmou à Lusa o presidente da Câmara Municipal do Montijo, sem avançar mais informação sobre a situação.

A reunião começou pelas 15 horas, mas João Afonso, que é advogado e que teve hoje num julgamento, só chegou pelas 17, hora em que os trabalhos foram suspensos, vindo depois a ser retomados pelas 18.20.