O presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, considerou ser "fundamental" deslocalizar a fábrica de pirotecnia de Canidelo onde hoje, terça-feira, ocorreu uma explosão, garantindo que irá pressionar as autoridades competentes para avaliarem a real situação no local.
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"É fundamental que de uma vez por todas se procure deslocalizar esta empresa e eu não vou deixar de pressionar a Direcção Nacional da PSP para efectivamente avaliar qual a situação real do local", afirmou o autarca aos jornalistas à margem de uma visita à fábrica onde se deu o incidente.
Mário Almeida considera ser "impossível manter aqui tão próximo das habitações uma fábrica de pólvora e de rastilho", assegurando já ter manifestado "essa preocupação a quem de direito".
A única relação da câmara com a fábrica, explicou, "é na construção", estando a actividade da mesma sujeita a parecer da Direcção Nacional da PSP.
"O que nos tem sido dito é que foi suspensa a laboração de pólvora e só pode haver a de rastilho", realçou Mário Almeida.
Em comunicado hoje enviado, a autarquia já havia referido ter solicitado ao Departamento de Armas e Explosivos da Direcção Nacional da PSP "informação sobre a legalidade da laboração" da fábrica em causa.
Em resposta aquela entidade terá assinalado que a fábrica "estaria titulada por uma autorização provisória submetida a medidas de natureza cautelar" e que essas medidas passariam pela suspensão da fábrica de pólvora, bem como pela redução da capacidade de armazenamento do paiol de pólvora e pela manutenção da laboração apenas no que concerne ao fabrico de rastilho.
Aos jornalistas Mário Almeida levantou a dúvida sobre "se efectivamente um fabrico de rastilho pode causar estes danos". "A mim, com base nas informações técnicas que me têm sido facultadas, parece-me que não", realçou.
Segundo o autarca "a actividade da fábrica é que foi mal autorizada porque havia um loteamento anterior aprovado para construir".
Mário Almeida adiantou que amanhã, quarta-feira, irão ao local "técnicos para avaliar os prejuízos e assistentes sociais e psicólogas para acompanhar se alguma situação se justificar".