O presidente da Câmara Municipal da Régua assume que está a utilizar testes serológicos (de sangue) para monitorizar a situação da Covid-19 no concelho.
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A informação foi prestada na sequência da notícia que fez esta quinta-feira manchete na edição impressa do "Jornal de Notícias" e que dava conta da ineficácia desses testes nesta fase da pandemia. As análises em questão apenas detetam anticorpos, a partir do quinto ou sétimo dia de infeção, e não a presença do vírus. Só os testes RT-PCR (com zaragatoa) detetam o vírus, nas vias aéreas superiores.
"Não se pode dizer que, entre a zaragatoa ou o sangue, é uma opção escolher um em detrimento do outro. Acho que devemos conjugar os dois métodos, em função da necessidade", defende o autarca. Segundo José Manuel Gonçalves, o município foi dos primeiros a utilizar os testes RT-PCR, mas, a determinada altura, "como esses testes são limitados e só se podem fazer onde há casos suspeitos", sentiu "necessidade de utilizar também os testes serológicos".
"Nós temos agora um problema numa unidade de cuidados continuados, que testámos [com testes de zaragatoa] e tivemos 21 casos positivos. Mas, inicialmente, quando tivemos o primeiro sintoma de que podia haver ali algum problema, num sábado, com algumas pessoas com febre, só conseguíamos fazer os testes de zaragatoa na terça-feira. Por isso, nesse mesmo dia, recolhemos sangue e à meia-noite já tínhamos resultados. Só tivemos um positivo", adianta o autarca.
No entanto, sublinha, "foi esse positivo que permitiu tomar logo medidas de contenção e originou a que, na terça-feira, fossem utilizados os testes de zaragatoa para apanhar os casos todos".
"Temos utilizado os testes serológicos para monitorizar a situação e é dessa forma que temos apanhado alguns casos", afiança o autarca, adiantando ter noção que "nos testes de sangue, pode haver muitos positivos cujo sangue ainda está negativo", como aconteceu na unidade de cuidados continuados que mencionou. "É uma visão diferente, que eu acho mais estratégica e operacional", conclui, contrariando as indicações dos especialistas e do próprio Governo.