A presidente da Câmara de Anadia, Teresa Cardoso, reiterou esta sexta-feira a preocupação com o traçado previsto para a linha de alta velocidade, que se sobrepõe à mancha vitivinícola do concelho, pedindo a atenção do Governo para a situação.
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“Aproveito para solicitar ao senhor ministro [Miguel Pinto Luz] a devida atenção à preocupação já manifestada pelos produtores da nossa região face ao traçado previsto para a linha de alta velocidade, que se sobrepõe à mancha vitivinícola do concelho”, destacou.
Na sessão inaugural de 16 fogos de habitação a custos controlados, no concelho de Anadia (distrito de Aveiro), Teresa Cardoso aproveitou a presença do governante para aludir aos prejuízos inerentes à destruição dos vinhedos e à transformação da paisagem e demais consequências para o setor económico.
“Na Bairrada, o leitão é rei à mesa, mas ainda muito mais apreciado com os excelentes néctares que aqui são produzidos e trabalhados”, sustentou.
Em resposta, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, afirmou que a alta velocidade “é um desafio enorme” e que “está a andar a alta velocidade”.
“Temos já a avaliação do impacto ambiental para o terceiro troço Soure-Carregado. Estamos a avançar a passos largos, até ao final do ano, para a conclusão dos projetos da quadruplicação da linha”, informou.
Segundo Pinto Luz, estão “a cumprir com o prazo”, com Lisboa-Porto a ser realizado em uma hora e um quarto até 2032, com estações em Aveiro, Coimbra, Campanhã, Gaia, Leiria e Lisboa.
“Por isso, é mais difícil o desafio que me coloca porque há sempre sacrifícios a fazer e o comboio tem que passar, para chegar a horas”, referiu.
Aos presentes disse ainda que apostaram muito naquela região e distrito, tendo “uma visão que não é centralizadora”.
“Não é por acaso que essa aposta clara de alta velocidade, com três estações em três capitais de distrito, neste caso Leiria, Coimbra e Aveiro. Diz muito do esforço deste Governo de criar outras zonas de expansão e desenvolvimento económico e social”, concluiu.
Os 16 fogos de habitação hoje inaugurados, situados na Quinta do Rangel, em Ancas, começaram a ser construídos em maio de 2023, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, representando um investimento na ordem dos 1,8 milhões de euros.
Foram construídos dez fogos de tipologia T1, quatro fogos de tipologia T2, um fogo de tipologia T3 e um fogo de tipologia T4.