Autarca de Boticas estranha pressa da Savannah em aceder aos terrenos de privados e baldios
O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, diz que a questão da mina de lítio no Barroso "continua a ser tratada com os pés". Não compreende o despacho da secretária de Estado a autorizar a servidão administrativa e estranha a pressa da empresa em entrar nos terrenos do baldio e de privados.
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O despacho 14474/2024, assinado pela secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, a 6 de dezembro, permite o acesso da Savannah Resources a terrenos, comunitários e privados, para a prospeção de lítio durante um ano. A atribuição da servidão administrativa foi concedida na sexta-feira e na quarta-feira a empresa anunciou, numa comunicação aos acionistas, que "pode agora entrar nos terrenos que não possui", para alargar a prospeção de lítio e fazer o Relatório de Conformidade Ambiental, exigido pela Declaração de Impacte Ambiental, atribuída pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de forma condicionada, e concluir o Estudo de Viabilidade Definitiva. Mas nessa altura já havia movimentações em Covas do Barroso.
"Saiu o despacho na sexta-feira, dia 6, e no dia 9 já está a GNR a avisar para as pessoas saírem e, no dia 10 já estão a fazer o corte raso de árvores de alguns terrenos particulares. Isto não é normal", alertou o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga. Qual é a urgência? Não entendo. Isto é único no país", acrescentou o autarca.