Autarca de Bragança garante que avião vai voar mais um mês até haver alternativa
O presidente da Câmara Municipal de Bragança garante que a ligação aérea Bragança-Vila-Real-Viseu-Cascais-Portimão, cujo contrato de prorrogação da concessão por ajuste direto, termina esta sexta-feira, vai manter-se por mais um mês.
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Paulo Xavier explicou ao "Jornal de Notícias" que tem garantias que “o Governo vai prolongar o contrato por mais um mês, enquanto aguarda um parecer do Tribunal Constitucional para poder prorrogar o ajuste direto até ao desfecho do concurso público”. O autarca já havia sido informado que o Ministério das Infraestruturas estava a trabalhar para encontrar uma solução. “Não podemos ficar até outubro sem avião porque isso prejudica o nosso distrito”, afirmou.
O ajuste direto da carreira área permitiu manter os voos por parte da operadora Sevenair, enquanto decorrem os trâmites do concurso público internacional, lançado a 27 de março e que só deverá estar concluído em outubro.
O presidente do concelho de administração da Sevenair, Carlos Amaro, indicou que foi informado “que estão [governo] a trabalhar num novo contrato”, mas desconhecia se já tinha sido encontrada uma solução para que o avião não fique em terra. “Sem autorização, não podemos voar”, afirmou o responsável da operadora garantindo que não tinha ainda informações do Ministério sobre qualquer decisão e que continua a aguardar instruções sobre a continuidade da rota após o dia de amanhã.
Entretanto, a Sevenair já respondeu ao concurso público com uma proposta. “Estamos interessados em manter esta operação que já fazemos há vários anos”, admitiu Carlos Amaro.
A concessão de quatro anos terminou no dia 28 de fevereiro e o Governo de então, liderado pelo PS, encontrou uma solução contratual transitória, através do ajuste direto, que permitiu acautelar que a carreira não fosse interrompida com o fim do contrato que resultou do concurso público internacional lançado em 2020.
O presidente da Câmara de Bragança defende que o contrato de ajuste direto devia ser prorrogado até á conclusão do concurso público, apesar de estar a funcionar com redução de frequências, uma vez que não há aterragens diárias em todas as escalas e o número de viagens também foi reduzido. “Não é o ideal, mas do mal o menos. Espero que na próxima semana haja avião”, referiu Paulo Xavier.
O "Jornal de Notícias" questionou o Ministério das Infraestruturas e da Habitação sobre o que vai suceder após sexta-feira, mas não obteve resposta.
O novo concurso público internacional para a concessão da carreira aérea tem um valor de 13,5 milhões de euros. O contrato de ajuste direto, que termina amanhã, tem um valor base de 750 mil euros.
Socialistas levaram avião ao Parlamento
Os deputados socialistas de distritos servidos pela ligação aérea fizeram uma pergunta ao ministro da Infraestruturas e da Habitação para perceber o que vai acontecer com a ligação. “Seria desejável encontrar uma solução alternativa. Era muito importante para Bragança, Vila Real, Viseu e Portimão que se encontrasse uma solução que garantisse a continuidade desta ligação, sobretudo, em meses tão importantes como os de verão”, explicou Isabel Ferreira, deputada eleita por Bragança.