José Manuel Silva assegurou que o Governo desconvocou negociação com representantes dos trabalhadores devido à paralisação.
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O presidente da Câmara de Coimbra afirmou esta segunda-feira que a desconvocação da reunião dos representantes dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) com o Governo foi "devido à realização da greve". O autarca apela à suspensão da greve de cinco dias, iniciada hoje. "Nenhum Governo negoceia sob pressão de uma greve em curso", assegurou José Manuel Silva.
A justificação é diferente da que foi avançada ao JN pelo delegado do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL). Segundo João Soares, a reunião foi desconvocada porque o Governo "ainda não tomou posse".
O presidente da autarquia acusou ainda o STAL de não querer "resolver o problema dos motoristas" para "poder continuar a fazer política sindical". Reafirmou que a greve "é política" e criticou a decisão de manter a paralisação em maio, quando estava marcada uma reunião com o Governo.
O autarca lembrou que "não há nenhuma greve" na Nazaré, Portalegre ou Barreiro, onde os assistentes operacionais têm a função de agentes únicos.
"Porque é que o STAL só convoca greves em Coimbra? Porque é que os outros sindicatos não se associam à greve? Porque é que o STAL manteve uma greve que sabia que ia colidir com o diálogo em curso?", questionou.
José Manuel Silva disse ainda que haveria "pressão" de motoristas sobre os colegas para aderirem à greve, devido às trocas de serviço que fazem entre si.
Considerando que as greves "apenas estão a prejudicar os motoristas e os munícipes", o presidente voltou à "apelar" à suspensão da greve.
Na reunião do executivo desta segunda-feira, Regina Bento, vereadora do PS, sugeriu a criação de uma comissão que faça a mediação junto dos trabalhadores e dos seus representantes sindicais para "restabelecer a confiança e potenciar a construção de soluções". Para a vereadora, a postura do autarca contra os trabalhadores e o STAL "não ajuda a resolver e a travar esta greve que penaliza fortemente quem precisa dos transportes públicos".
Francisco Queiros, vereador da CDU, exortou a Câmara a "exercer toda a pressão possível junto do Governo para ser encontrada uma solução para um problema que afeta a população".
Requalificação do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha por ajuste direto
A Câmara de Coimbra aprovou hoje a adjudicação da requalificação do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, por ajuste direto, à empresa AOF - Augusto de Oliveira Ferreira, Lda, num investimento de 1,560 milhões de euros, após o concurso público, lançado em março, ter ficado sem propostas válidas. A empreitada é apoiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e para não perder o financiamento foi proposto o ajuste direto.
Foi aprovada também a requalificação do Museu Machado de Castro pela mesma empresa, por 2,1 milhões de euros. Duas empresas apresentaram propostas mais elevadas que o valor base, mas foi escolhida a OAF dada a urgência da intervenção e cumprimento dos prazos do PRR e porque a empresa concorrente não apresentou os documentos obrigatórios.