O presidente da Junta de Freguesia de Gondar, no concelho de Amarante, escreveu uma carta aberta ao presidente das Águas do Norte, onde pede a urgente ligação das redes públicas de água e saneamento em vários locais da região.
Corpo do artigo
A situação, no entender do autarca de freguesia, Hugo Vaz, é "preocupante" devido à "crescente pressão demográfica”. A região tem “défices gritantes no fornecimento de necessidades básicas” que põem em causa a “igualdade de oportunidades e qualidade de vida dos cidadãos”, lê-se no documento enviado pelo autarca às Águas do Norte, com conhecimento da administração das Águas de Portugal.
Pelo que é relatado na carta, “mais de 50 pessoas, muitas idosas, não possuem água potável” nas suas casas junto à EN 101, via que liga Amarante à Régua, via Mesão Frio, na rua do Lodeiro e na rua do Calvário. Todas estas habitações estão localizadas a escassos metros de vias públicas, “onde soluções por gravidade seriam exequíveis a baixo custo”, garante.
Relativamente ao saneamento básico, o presidente da junta acredita que a situação “é ainda mais grave”, com mais de 400 pessoas privadas deste serviço fundamental. As situações mais relevantes, explica, localizam-se em Vilela e Vila Seca. “Estas populações carecem urgentemente de infraestruturas, sendo que sistemas em gravidade até uma estação elevatória a 700 metros seriam tecnicamente viáveis e financeiramente sustentáveis”, considera.
O representante das populações de Gondar denuncia, ainda, a existência na freguesia de uma empreitada de água e saneamento que foi realizada em 2013, com um custo de 900 mil euros, mas que está há 11 anos inoperante, devido à falta de uma ligação por gravidade de 550 metros ao ramal principal. Isto é, as Águas do Norte colocaram as tubagens de água e saneamento, mas de nada servem porque não foram ligadas às redes numa extensão de 550 metros. “É um desperdício de recursos públicos inaceitável”, revela.
O autarca de freguesia garante que estes factos “têm sido repetidamente comunicados às Águas do Norte por diversos meios”, algo que o deixa “perplexo pela persistente inação perante tão elementares necessidades destes cidadãos, constatando uma iniquidade incompatível com os valores de uma empresa pública ao serviço de todos”. O presidente da junta termina a carta escrevendo que aguarda “uma resposta célere e construtiva”.