O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros manifestou, esta segunda-feira, a sua preocupação face à reestruturação do serviço de socorro aéreo assegurado pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
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O helicóptero sediado nesta cidade vai passar a voar apenas 12 horas, sendo o período noturno feito através dos meios da Força Aérea Portuguesa a partir de amanhã. Benjamim Rodrigues salientou que esta nova situação, que deverá ser temporária, “não é boa para a população", devido ao "tempo de atuação mais prolongado, o que pode significar a diferença entre a vida e a morte”, afirmou o autarca ao Jornal de Notícias.
No verão, a população aumenta na região transmontana devido ao regresso dos emigrantes e à vinda de turistas. “Quando menos se espera é quando as coisas acontecem. Provavelmente, vamos ter intervenções noturnas mais frequentes do que o habitual”, sublinhou.
Segundo o INEM, os serviços de emergência médica passam a ser assegurados a partir desta terça-feira por quatro helicópteros da Força Aérea Portuguesa em serviço 24 horas, complementados por dois aparelhos da Gulf Med em regime de 12 horas diárias.
"Hoje há uma transição da companhia que assegura os serviços dos helicópteros da assistência INEM. O novo helicóptero já aterrou no heliporto de Macedo de Cavaleiros, mas o que nós sabemos é que as equipas vão mudar. O que sabemos é que teremos aparelhos insuficientes para assegurar o serviço e, como tal, 12 horas são asseguradas pela nova empresa e outras 12 pela Força Aérea”, explicou Benjamim Rodrigues. O autarca de Macedo de Cavaleiros acrescenta que espera que esta nova forma de atuação do INEM “não se prolongue por muito tempo”.
O autarca explicou que, até agora, o helicóptero do INEM sediado em Macedo de Cavaleiros “tinha índices de operacionalidade noturna das maiores do país”.
A base área da Força Aérea mais próxima de Trás-os-Montes é a de Ovar, mas Benjamim Rodrigues referiu que “a viagem vai demorar cerca de uma hora”.
Segundo o autarca, numa emergência cardíaca, “a capacidade de intervenção era das mais rápidas do país, porque o helicóptero transportava os pacientes para Vila Real, onde fazem o cateterismo, agora imagine-se o que é estar a vir um meio de S. Jacinto ou Ovar, ou de outro local, vai ser o tempo de vida ou de morte, neste caso de morte”.
No heliporto de Macedo de Cavaleiros há condições para o meio aéreo da Força Aérea ficar sediado. “Se houvesse entendimento seria conveniente. Ganharíamos muito tempo”, indicou Benjamim Rodrigues, admitindo que tem pouca informação sobre a reorganização do socorro aéreo do INEM. “A organização deste processo está um pouco inquinada porque os municípios são entidades que são intervenientes diretas e deviam ser ouvidos”, concluiu.