A presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, admite que se possa falar em "negligência" no que toca à situação do Lar do Comércio, garantindo que a própria Autarquia participa todas os relatos apresentados sobre o que se passa naquela instituição ao Ministério Público.
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"Fomos tentando vários cenários desde que fizemos a primeira vistoria em que demos as indicações que deviam ser cumpridas e que não foram acatadas pela direção do Lar do Comércio", afirmou Luísa Salgueiro, garantindo que a Câmara respondeu a todas as solicitações colocadas pela unidade, que acolhe cerca de 200 utentes.
"A última das quais implicava mudar utentes dentro da própria instituição, mas quando o Lar do Comércio pediu dezenas de auxiliares para cuidar, nós percebemos que não seria possível manter os utentes", justificou a autarca, revelando ter recebido relatos de casos em que os idosos estavam numa situação de "debilidade". Perante esse cenário, a Autarquia optou, então, por "uma solução mais drástica".
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"Decidimos que íamos retirar do Lar do Comércio todos os utentes dependentes, negativos ou positivos à covid-19. Estamos agora a concluir essa operação", explicou, referindo que, esta quinta-feira, os utentes negativos foram transferidos para o Centro de Neuroestimulação da Cruz Vermelha, em Gaia, e para o Hospital Militar, no Porto.
Transferência de utentes
Esta sexta-feira, os utentes positivos estão a ser transferidos para o Centro de Apoio Comunitário em Matosinhos. Esta tarde, o Exército entrará na instituição para fazer o reconhecimento do espaço e depois proceder à sua desinfeção. Durante essa operação, os utentes não infetados e autónomos ficarão na zona da creche enquanto decorre a operação de limpeza. Posteriormente, esses utentes regressarão aos seus locais, nos respetivos pisos do Lar do Comércio.
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"Os que forem tendo alta e estiverem em condições de regressar à instituição, regressarão", explicou.
A autarca garantiu, ainda, que a Câmara Municipal "não deixará de acompanhar o que se passa no Lar do Comércio", após a pandemia de covid-19.
O JN questionou o Lar do Comércio e está a aguardar uma resposta.