O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim diz que foi “impossível” manter as árvores junto à antiga Praça de Touros. Aires Pereira lamenta os comentários de quem “nem sequer quis saber o que aconteceu” e diz que os plátanos – que “não são tílias” – estavam em risco de cair.
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A intervenção foi feita no âmbito dos arranjos exteriores da Póvoa Arena, pavilhão multiusos que nasceu após a demolição da praça de touros. “Era impossível conservar aquelas árvores sem pôr em causa a segurança das pessoas”, afirmou Aires Pereira, à margem da reunião do executivo municipal.
Conforme o JN noticiou, o abate das árvores começou a 1 de Abril. Nas redes sociais, multiplicaram-se as publicações de moradores indignados e o líder do PS, João Trocado, juntou-se ao coro de críticas. Garantia que o projeto não previa o abate das tílias, que, há vários anos, existiam naquele local.
“Fico até bastante admirado que as pessoas se pronunciem e não saibam a diferença entre uma tília e um plátano. Ali, só havia plátanos”, afirmou, indignado, Aires Pereira, sem explicar, no entanto, que é a própria Memória Descritiva do projeto dos arranjos exterior da Póvoa Arena quem diz que ali existem “16 tílias”.
Já quanto ao abate das árvores, explica: “Fizemos um esforço grande, ao longo da obra, para conservar aqueles plátanos só que, pela natureza do terreno e, agora, ao fazermos as escavações para os arranjos exteriores e para as infraestruturas, apercebemo-nos que as raízes estavam muito superficiais e os técnicos que fizeram a avaliação não garantiam a estabilidade dessas árvores. Portanto, podiam cair e pôr em causa as pessoas”.
O presidente da Câmara da Póvoa lamenta ainda que, depois de “especular”, João Trocado nada tenha perguntado sobre o assunto na reunião do executivo: “Preferem continuar a especular e não querem saber efetivamente o que se passou”.
A antiga praça de touros vai dar lugar a um pavilhão multiusos, que deverá ficar concluído em junho. Entretanto, na envolvente, avançam agora os trabalhos dos arranjos exteriores, que englobam a substituição de todas as infraestruturas enterradas, a repavimentação da zona e, frisa Aires Pereira, a plantação de novas árvores e a colocação de floreiras.
"Nada a acrescentar"
Já quanto ao hotel de luxo que está a nascer no antigo Parque de Campismo do Rio Alto, na Estela, Aires Pereira diz não ter “nada a acrescentar à última informação que prestei sobre esse assunto”.
Em resposta ao BE, recorde-se, o Ministério do Ambiente e Energia disse que Agência Portuguesa do Ambiente (APA) detetou “inconformidades” com o projeto apresentado. Explicou ainda que, face aos resultados da vistoria, a APA já pediu esclarecimentos à Câmara da Póvoa de Varzim que, como “entidade licenciadora”, tem responsabilidade de fiscalização. O JN questionou Aires Pereira, mas o edil, que havia dito estar a aguardar o relatório da APA, recusou explicar se a autarquia já foi notificada por aquela entidade.