O Hospital do Barreiro teve a urgência obstétrica encerrada desde a noite de ontem até à manhã desta terça-feira. As grávidas do Montijo foram encaminhadas em ambulâncias para outros hospitais.
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O presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, demonstra preocupação pelo constante encerramento da urgência obstétrica durante a noite, salienta que não houve complicações e aponta como solução a redução de hospitais com urgência ao redor da capital e o aumento de centros de saúde.
"A Área Metropolitana de Lisboa tem bastantes e bons acessos. Otimizando a rede de transportes urgentes, por via terrestre ou aérea, podia-se concentrar as urgências em menos hospitais e resolver assim a falta de médicos para as urgências", diz Nuno Canta. Mais helicópteros para transporte hospitalar seria a grande aposta nesta otimização.
De acordo com o autarca, "isto é o que o CODU faz hoje ao encaminhar para outros hospitais as grávidas em episódios de urgência porque a que está no hospital de referência não tem médicos". Nuno Canta aponta a falta de formação de médicos como a origem do problema e afirma que enquanto essa questão de fundo não for resolvida, é preciso diminuir o número de utentes a ir à urgência, através da construção de centros de saúde.
No Montijo, estão previstos três novos centros de saúde para os próximos quatro anos que no âmbito do processo de transferência de competências na saúde para as autarquias, serão geridos pelo município. "Nós tratamos da gestão operacional, desde manutenção à segurança e livramos o Ministério da Saúde dessas questões para tratar do que realmente importa, a contratação de médicos", afirma Nuno Canta.
Dos três centros de saúde, dois serão para utentes com médico de família, no centro da cidade, e outro para utentes sem médicos. Este será na zona ribeirinha, onde atualmente funciona o departamento de higiene urbana do município. A autarquia tem já pronto o projeto para a construção da primeira Unidade de Saúde Familiar, no Afonsoeiro.