O presidente da Junta de Freguesia de Santo António, em Lisboa, enviou, esta quarta-feira, uma carta à DGS, à ministra da Saúde e outras entidades, a pedir explicações sobre a existência de um surto de covid-19 na sua freguesia, sem que do mesmo lhe tenha chegado qualquer informação oficial.
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"Fiquei a saber que existia um surto na minha freguesia pela televisão, ou seja, a informação chegou-me ao mesmo tempo que foi divulgada para o público em geral", disse ao JN Vasco Morgado, presidente da Junta de Freguesia de Santo António (JFSA), confessando-se "indignado" com a situação.
"Estamos a falar de saúde pública, não de uma festa", considera o autarca, explicando que, na carta enviada à Direção Geral de Saúde (DGS), escrita na sua qualidade de presidente da Junta de Freguesia e da Unidade Local de Proteção Civil, à ministra da Saúde e outras entidades, solicitou "informações adicionais e esclarecimentos devidos", de modo a poder "tomar as devidas medidas quanto ao ajustamento" do plano de contingência em vigor na freguesia.
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"A não partilha imediata desta informação pelos canais próprios coloca em risco todo um trabalho de prevenção que tem vindo a ser realizado, já que as nossas equipas contactam diariamente com diversas famílias, a maioria delas com situações de risco", sublinha ainda, na carta, o presidente da JFSA.
Vasco Morgado lamenta ter tido conhecimento de "um assunto com esta gravidade" pela comunicação social e não pelas vias normais de comunicação do Estado ou da Proteção Civil. ,"Parece-me que estas seriam as corretas e ideais para o efeito, numa verdadeira colaboração entre entidades do Estado, que mais do que desejada é obrigatória em estados de emergência ou calamidade", conclui.
Na conferência de imprensa desta quarta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, revelou existirem casos de transmissão comunitárias e 13 surtos associados a freguesias de cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, um dos quais na freguesia de Santo António, na capital.
Ao que o JN apurou, no caso de Santo António, a suspeita recai em trabalhadores de uma obra da construção civil e já terá sido detetado há algum tempo.