O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, avisou, esta sexta-feira, à margem da reunião do executivo, que o município não tem verbas para construir a via do Avepark. O acesso que vai ligar a A11 ao parque de ciência e tecnologia vai custar 40 milhões, mas o PRR só lhe atribui 12,6.
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Domingos Bragança alertou que se o Governo não disponibilizar as importâncias necessárias, atempadamente, "a Câmara não pode andar à frente, adiantando dinheiro".
O projeto de construção desta via de ligação do nó da autoestrada ao parque de ciência e tecnologia, em Barco, próximo de Caldas das Taipas, está inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com 12,6 milhões de euros, mas segundo o presidente da Câmara de Guimarães, "a obra não se fará por menos de 40 milhões".
Domingos Bragança sublinha a importância desta via, "não só para desenvolver o Avepark, mas também para a ligação das redes de mobilidade urbana de Guimarães com a de Braga".
Construção do metro ligeiro pode estar em causa
O autarca esclarece que "não será possível construir um canal dedicado para o metrobus ou para o metro ligeiro ao longo da Estrada Nacional 101 se não for construída esta nova via que permitirá escoar uma parte do transito".
A via do Avepark chegou a estar prevista no Programa de Valorização de Áreas Empresariais, apresentado pelo Governo, em fevereiro de 2017. Nessa altura, a verba destinada a esta estrada de cerca de sete quilómetros era de 18 milhões de euros.
Como resultado, o município estabeleceu com o Governo um protocolo dividindo a obra em três fases: desnivelamento da rotunda se Silvares, ligação à rotunda de Ponte e, finalmente, ao parque de ciência e tecnologia. Mas acabaria por só se construir a primeira fase, com a inauguração do túnel na rotunda do acesso à A11, em março de 2021.
As duas fases restantes - ou seja, a estrada propriamente dita - passaram para o PRR, mas, de acordo com o autarca de Guimarães, subfinanciadas.
"Tenho falado com o ministro e com o secretário de Estado que me dizem "avance" e nós estamos a avançar, mas, quando chegar o momento, o financiamento tem que aparecer", afirma.
Domingos Bragança estabelece como limite para o Governo se comprometer com o financiamento da obra, "o momento em que lançarmos o concurso público e queremos fazê-lo até ao final do ano".