Vice-presidente da Câmara de Sines optou pela bicicleta nas deslocações entre a residência e o local de trabalho. Ganha o ambiente e seu estado de espírito, pois, garante, começa o dia mais descontraída.
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Entre os Paços do Concelho, a escola do filho e os passeios em família, a bicicleta tornou-se o meio de transporte adoptado pela vice-presidente da Câmara de Sines, que pedala de saltos altos para chegar ao trabalho. A pedalar é como se desloca Marisa Santos entre a sua casa e a autarquia, uma forma de ser amiga do ambiente e também de "descontrair" antes de começar o dia de trabalho, com um percurso que se transforma num "passeio".
"Entramos no carro de manhã e começamos logo a trabalhar, se viermos de bicicleta, o percurso é um passeio, com o ar na cara descontraímos um bocadinho, não começamos logo a pensar em trabalho", relata à Agência Lusa, explicando porque prefere este meio de transporte.
À porta do edifício técnico da câmara municipal está e "estacionado" o único veículo de duas rodas sem motor que se avista. Como não há local próprio, a bicicleta fica encostada à parede, presa com o cadeado ao corrimão.
Ser das poucas pessoas de Sines a deslocar-se no dia-a-dia de bicicleta fez com que fosse alvo de "pessoas que ficavam a olhar" e que "faziam comentários" como: "a senhora já não tem dinheiro para andar de carro?", recorda. "Na verdade [estes comentários] revelam aquela que ainda é muito a nossa mentalidade. Nos países nórdicos as pessoas têm uma mentalidade completamente diferente, não têm aquela ideia de andar de carro como alguma coisa que dá estatuto", explica.
"Ninguém liga a isso, não tem nada a ver se tem dinheiro para comprar um carro, isso é pouco relevante, não tem importância nenhuma", afirma, relatando uma visita recente à Dinamarca e à Suécia, em que até viu "senhoras de vison" que usavam este meio de transporte.
"Comecei a ver toda a gente de bicicleta, homens, mulheres com as crianças, há uns carrinhos que são acoplados às bicicletas, onde cabe a cadeirinha do bebé, coberto, por causa do mau tempo, e as pessoas fazem a vida delas normal", recorda.
Desde então tem sido esse o meio de deslocação no dia-a-dia de Marisa, que garante "continua a ir trabalhar de saltos altos" e que demora tanto tempo como demorava de carro a percorrer os dois quilómetros entre a sua casa e o local de trabalho.