Os autarcas de Oeiras e Cascais reiteraram, esta quarta-feira, a importância de um corredor dedicado ao transporte público na A5, chamado BRT, considerando que em três anos a obra poderia estar concluída caso haja vontade do Governo e da Brisa.
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Numa conferência dedicada à mobilidade inteligente que decorreu em Carnaxide, os presidentes das Câmaras Municipais de Cascais e Oeiras, Carlos Carreiras e Isaltino Morais, respetivamente, concordaram na importância do BRT para os seus concelhos, uma ideia antiga que já tem a concordância dos seus municípios juntamente com o de Lisboa.
Segundo Isaltino Morais, são estes três presidentes que têm de “resolver o problema da A5” que, acrescentou, “para além da vontade do Governo, depende também da vontade da Brisa [que detém a concessão da autoestrada]” e que se tem oposto.
Já Carlos Carreiras lembrou que os autarcas tiveram “palavras bondosas” de todos os governos anteriores, mas espera que o Governo que vier a vencer as eleições em 18 de maio “passe das palavras aos atos”.
Segundo o autarca de Cascais, quando foi lançada a ideia não era Isaltino Morais que estava à frente de Oeiras e era Fernando Medina que presidia à câmara de Lisboa, mas reconheceu que já nessa altura todos estavam de acordo.
“Medina tinha também um estudo que era igual ao nosso, exceto um troço junto ao estádio do Casa Pia mas, como era já em Lisboa, estabelecemos isso. Havia disponibilidade por parte de todos mas não avançou”, recordou Carlos Carreiras.
O social-democrata, que não poderá recandidatar-se nas próximas eleições autárquicas devido à lei de limitação de mandatos, explicou que para avançarem as obras para o BRT, após a decisão fechada, “três anos era o suficiente” para concluir.
Carlos Carreiras salientou, no entanto, que deve ser pensada a solução de dois corredores BRT conforme os estudos da autarquia de Cascais e não um porque “só um não faz sentido”, lembrando que o trânsito na A5 tanto circula de Cascais para Lisboa, como de Lisboa para Cascais, atravessando Oeiras.
Isaltino Morais lembrou que em Portugal “a cultura do planeamento é municipal e não do Governo”, criticando os anteriores governos que acusa de não terem acompanhado os investimentos nos transportes públicos para os parques empresariais do concelho.
“O planeamento é fundamental. A A5 foi adjudicada [a extensão até Cascais] em 1995 por Aníbal Cavaco Silva e vislumbrava-se que iria ser um eixo estruturante para o desenvolvimento empresarial. Em 40 anos muita coisa mudou, mas a Brisa não, estagnou e só pensa no lucro deles e não no impacto que a autoestrada tem”, frisou.
Isaltino Morais qualificou agora a A5 de “uma muralha que separa o território entre norte e sul, não sendo já um fator de desenvolvimento”.
A A5 ou Autoestrada da Costa do Estoril é uma autoestrada que liga Lisboa a Cascais, unindo a costa litoral sul do norte da Área Metropolitana de Lisboa, e tem uma extensão total de 25 quilómetros.