Autarcas de Tâmega e Sousa descontentes com cobertura das telecomunicações na região
A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) foi esta manhã de terça-feira à sede da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM) explicar o processo de migração da rede de emissores da rede de Televisão Digital Terrestre (TDT), necessário para a implementação do 5G.
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Aproveitando a presença do presidente da ANACOM, João Cadete de Matos, e do diretor da delegação do Porto da ANACOM, Luís Roque, os autarcas da CIM manifestaram o seu descontentamento com a cobertura em geral das telecomunicações na região do Tâmega e Sousa, "muito deficitária sobretudo nas zonas mais rurais e de menor densidade populacional".
Sublinharam a deficiente cobertura de banda larga (fibra ótica), tanto móvel como fixa, e a dificuldade de acesso à rede móvel para a realização de chamadas por telemóvel, problema que ainda persiste em muitos concelhos e freguesias considerados de interior, bem como a desorganização existente ao nível das infraestruturas aéreas e subterrâneas de telecomunicações.
Para os autarcas, a resolução destes problemas afigura-se "essencial no atual contexto de pandemia, que tem obrigado a adaptações no emprego e na educação, mas também ao nível das empresas e dos negócios, mas sobretudo para o desenvolvimento económico e social e, consequentemente, para a promoção da coesão territorial".
A ANACOM, segundo fonte da CIM, "assumiu o seu compromisso na resolução dos problemas identificados", tendo referido o roaming nacional e a partilha de infraestruturas como forma de ajudar a melhorar a cobertura das zonas mais deficitárias, com um menor esforço de investimento.
Autoridade Nacional de Comunicações recordou ainda as obrigações de cobertura de banda larga móvel impostas por ocasião do Leilão Multifaixa e da renovação dos direitos de utilização de frequências dos 2100 MHz. O objetivo é que, em 2023, 75% das freguesias de baixa densidade tenham cobertura de rede de banda larga móvel e que, em 2025, essa taxa seja de 90%.
Migração TDT
O processo de migração da rede de emissores da rede de Televisão Digital nos concelhos da CIM do Tâmega e Sousa tem início no dia 28 deste mês, com a ressintonia do emissor de Rio Arda, que terá impacto, nesse dia, nos concelhos de Amarante, Castelo de Paiva, Cinfães, Marco de Canaveses e Penafiel.
A migração decorrerá durante um período de pouco mais de um mês. As pessoas saberão que são abrangidas por este processo se ficarem com o seu ecrã sem imagem (ecrã negro).
Para ajudar a população neste processo, de modo a minimizar o impacto desta migração, para continuar a garantir o serviço de televisão gratuita e evitar possíveis burlas, a ANACOM criou uma linha telefónica de apoio gratuita (800 102 002), que funciona todos os dias, entre 9 e as 22 horas, para dar informação e ajudar a fazer a sintonia dos televisores à distância.
Caso as pessoas não consigam fazer a sintonia com o auxílio dos operadores da linha telefónica, nem com o auxílio de técnicos da ANACOM, que serão uma segunda linha de apoio mais técnico, está então prevista a possibilidade de as equipas da ANACOM no terreno se deslocarem à residência destas pessoas, que precisam de um apoio mais direto, para procederem à ressintonia dos receptores.