
José Mota/Global Imagens
Autarcas e dirigentes de 10 adegas do Douro, com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, pediram, esta quinta-feira, à juíza da comarca de Armamar para que viabilize a utilização das instalações da Subvidouro.
Situada em Folgosa (Armamar) é a única empresa da Região Demarcada do Douro licenciada para a produção de aguardente vínica, utilizada na produção de vinho do Porto, mas encontra-se em processo de insolvência.
Antes da audiência com a juíza, realizou-se na Câmara Municipal de Armamar uma reunião, no âmbito da estratégia da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM-Douro) para melhorar as condições de vida dos vitivinicultores, que juntou autarcas, representantes das adegas e os juristas que estão a tratar do processo de insolvência.
"Para a produção de aguardente vínica na região é absolutamente fundamental a manutenção da atividade da Subvidouro", destacou, à saída do encontro, o presidente da CIM-Douro, Artur Cascarejo, acrescentando que desta forma "deixará de ser necessário importar aguardente para o vinho do Porto" e, como tal, "manter na região o valor acrescentado gerado pelos subprodutos da vinha".
A aguardente vínica é um ingrediente indispensável para a elaboração de vinho do Porto. Cada pipa de 550 litros de generoso pode conter entre 110 a 130 litros de aguardente vínica.
O também autarca de Alijó revelou ainda que "há operadores estrangeiros interessados em investir nesta empresa, que é atrativa e tem futuro". Para tal é preciso desbloquear a situação jurídica "até 18 de novembro", caso contrário "a região poderá ter um problema ambiental, que é as adegas e vitivinicultores começarem a deixar o bagaço em qualquer lado sem qualquer tipo de tratamento".
Carlos Neves, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), está a fazer a ponte entre os vários interessados em viabilizar a Subvidouro e não quis revelar o nome dos investidores estrangeiros interessados na empresa. Porém, sublinhou a "urgência" que o processo de viabilização exige, não só porque já começaram as vindimas na região, como, principalmente, "por ser a única empresa que pode processar o bagaço de uva na região para o vinho do Porto, com capacidade para reter riqueza e criar emprego".
A advogada das 10 adegas cooperativas que apresentaram o plano de recuperação da insolvência da Subvidouro, Manuela Matos, disse que só estão à espera que a juíza da comarca de Armamar autorize a utilização das instalações da Subvidouro. Só que a atual juíza é nova, substituiu a que iniciou o processo e, como tal, vai ter de se inteirar do mesmo antes de emitir uma decisão. "Depois, a empresa tem cinco anos para mostrar o que vale e cumprir com os credores os compromissos que assumiu".
