A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho manifestou, esta quinta-feira ao final do dia, preocupação com a recente deslocalização de um meio aéreo de combate a incêndios de Arcos de Valdevez para o Alentejo, “numa altura particularmente sensível em que se aproxima o período crítico de incêndios florestais".
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Em comunicado, a CIM do Alto Minho disse confiar que “a prontidão de resposta continuará a ser assegurada” àquela região em caso de necessidade.
“Ciente da importância vital de um dispositivo robusto e pronto a atuar, a CIM Alto Minho, apesar da manutenção nos Arcos de Valdevez de um meio aéreo, mantém uma postura de vigilância ativa face aos desafios que se avizinham”, indica a Comunidade Intermunicipal, liderada por Manoel Batista (PS). “Compreendendo a necessidade de uma gestão equilibrada dos meios a nível nacional e expressando solidariedade para com outras regiões que, nesta fase, possam estar mais vulneráveis, o Alto Minho deverá manter um dispositivo robusto e preparado para enfrentar possíveis ocorrências”.
“A nossa região é uma das zonas do país com maior risco e histórico de incêndios rurais e florestais, em especial devido à sua vasta mancha florestal, relevo acidentado, dispersão populacional e à presença do Parque Nacional da Peneda-Gerês, uma área de elevado valor ambiental, social e económico”, afirma.
A CIM do Alto Minho defende que, dadas características do território, “torna-se essencial que, em caso de agravamento da situação meteorológica ou operacional, o dispositivo distrital de combate a incêndios seja reforçado com celeridade, nomeadamente com a afetação de meios aéreos e terrestres” adequados às especificidades do território.
“A solidariedade para com outras regiões do país é inquestionável, mas espera-se que, perante uma necessidade concreta, o Alto Minho possa contar com igual atenção e reforço atempado de meios”, conclui.
Também a deputada do Partido Socialista (PS), Marina Gonçalves, tornou pública uma nota, dando conta de ter questionado a tutela sobre o assunto e manifestando a sua preocupação face à medida, acusando o Governo de optar pela retirada de meios, sem que haja “conhecimento do devido acautelamento das consequências dessa decisão”.
A deputada deu nota das questões dirigidas à ministra da Administração Interna: “Que avaliação de risco foi feita para retirar meios a Arcos de Valdevez e a consequente relocalização do helicóptero? Garante a manutenção dos graus de segurança e proteção acautelados desde 2023 com a colocação de um novo helicóptero que serve todo o distrito de Viana do Castelo? Quais os prazos a que o Governo se compromete para garantir que a situação será devidamente reposta, seja com a alocação dos meios aos territórios em falta, seja com a reposição do segundo helicóptero à base de Arcos de Valdevez?”.
“Esta opção é tomada a poucos dias da fase mais crítica, faltando, ainda, garantir cinco meios aéreos em todo o território”, escreve Marina Gonçalves, considerando que “por incapacidade de, pela via legal, suprir as necessidades do território, a opção do Governo parece passar por retirar meios a um território rico em diversidade, mas de gestão complexa, com uma vasta área de floresta, incluindo o Parque Nacional da Peneda-Gerês, com falta de equipas de combate aos dias de hoje e propenso a grandes riscos de incêndio”. “Mais grave do que isso, a opção passa pela retirada de meios, sem que tenhamos conhecimento do devido acautelamento das consequências dessa decisão”, sublinha.