
jnpt181109pc comboio apedrejado em sao gemil na linha leca do balio ermesinde cp vidros partidos foto de pedro correia 18 11 2009
Numa altura em que se fala de desinvestimento na ferrovia, há autarcas que se uniram para defender a criação de uma nova linha no Vale do Sousa, ligando a atual linha do Douro, em Valongo, a Felgueiras.
Já existem estudos preliminares e sugestões de traçados e, amanhã, realiza-se uma conferência com especialistas e políticos dos vários quadrantes para defender esta solução de mobilidade que iria servir os concelhos de Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Valongo e cerca de 400 mil pessoas.
Foi Humberto Brito, presidente da Câmara de Paços de Ferreira, que começou a defender um possível traçado ferroviário entre a linha do Douro e o concelho. O município avançou com um estudo, alargado a Felgueiras, que defendia que, apesar da proximidade à Área Metropolitana do Porto, as vias rodoviárias de acesso aos concelhos da região são "insuficientes e onerosas", não existindo ainda uma rede de transportes públicos capaz de servir uma população dependente da viatura própria.
Para 400 mil habitantes
A ferrovia ganhava ainda mais sentido num território com 30 mil empresas que faturam 6,5 mil milhões de euros e a necessidade de reforçar a competitividade dos setores do calçado, têxtil e mobiliário. "A linha do Vale do Sousa irá servir mais de 400 mil habitantes, ao mesmo tempo que reforçará a competitividade dos setores tradicionais, com 4% das exportações nacionais", argumenta Brito, lembrando que esta é uma região jovem, mas das mais pobres do país. "A região precisa de investimento público.
Este é um projeto que promove a coesão social e territorial e combate as assimetrias, indo de encontro aos objetivos dos fundos comunitários", diz o também presidente da Associação de Municípios do Vale do Sousa.
A nova linha consta ainda de um outro estudo que apresenta uma proposta de reorganização dos suburbanos do Porto e expansões até Felgueiras, mas também Leixões, Aeroporto, Oliveira de Azeméis, Barcelos, Amarante e Marco de Canaveses.
Apesar de a linha proposta, com 36,5 quilómetros, atravessar apenas quatro dos 11 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Telmo Pinto, primeiro secretário da CIM, sustenta que há uma "união" em torno deste investimento. "Devemos lutar por uma nova centralidade. A mobilidade é um dos valores estratégicos dos territórios", defende. Em curso, explica, está já um novo estudo técnico e financeiro sobre esta linha, a realizar pelo professor da Faculdade de Engenharia do Porto Álvaro Costa, que deve estar concluído no primeiro trimestre de 2019. O objetivo é integrar o projeto no Plano Nacional de Investimentos 2030.
